sábado, 9 de fevereiro de 2013


A fixidez no signo paradoxal no discurso colonial, a rigidez e a ordem, mas também degeneração e repetição: "o estereótipo, que é sua principal estratégia discursiva, é uma forma de conhecimento e identificação que vacila entre o que deve ser ansiosamente repetido" (Bhabha, 2005:105). Signo da diferença cultural/histórica/racial: construção do sujeito no discurso e poder colonial, articulação sob as formas da diferença (racial, sexual), ou seja, processos de subjetivação através dos estereótipos. Questiona-se o modo de representação da alteridade: "epítetos raciais ou sexuais passam a ser vistos como modos de diferenciação, percebidos como determinações múltiplas, entrecruzadas, poliformas e perversas, sempre exigindo um cálculo específico e estereótipo de seus efeitos" (p.107). O "processo de representação estereotípica" ou "estereótipo" foi proposto como modo de representação complexo ambivalente contraditório. Portanto, o estereótipo é impossível. Os saberes (do colonialismo) imbricam a produção (de poder) com a fantasia do desejo impossível de uma “origem pura”. Dupla problemática: o saber estereotipado e a origem – o ato de estereotipar. O estereótipo fixa o racismo, mas por ser uma falsa representação da realidade.

Por que analisar o "conceito da diáspora" - a história do povo judeu levado a escravidão no Egito e o Holocausto. É a diáspora judia (retorno a Israel) e o conflito com os países no Oriente Médio (palestinos). 1º] A categoria do conceito de "raças" como construção política e social em que se organiza [2º] um sistema de poder de exploração e exclusão sócio-econômico (o racismo) que justifica diferenças em termos genéticos e biológicos. As sociedades multiculturais e os deslocamentos dos povos. A raça não é um conceito científico, conforme Hall (2003), porém para as comunidades afro-caribenhas e etnias asiáticas. As diferenças genéticas e significantes, o nível genético não é visível, mas materializados ou lidos nos significantes (cor da pele, feições do rosto, tipos de cabelo e físico).

Desde o século XV até o BRIC, percebe-se certa "Geopolítica dos Trópicos" (Mattos, 1984), sobre um interesse na descolonização e colonização dos países entre os trópicos. Quais suas questões legais (sobre o estereótipo sexual-racial) e o que é a relação entre anti-semitismo e raça? Judeus e não-judeus no Brasil e nas Américas? Trata-se de uma comparação com o Holocausto – internacional – e de uma guerra mundial – onde o direito torna-se suspenso (Agamben, 2004): exceção é o dispositivo em que o direito se refere à vida “e a inclui em si por meio de sua própria suspensão (...) condição preliminar para se definir a relação que liga e, ao mesmo tempo, abandono o vivente ao direito” (p.12). Uma guerra civil que permite eliminar os adversários políticos, inimigos: “guerra civil mundial”. De certo modo, como analisar o Sul?

O Império em expansão até a bacia do Rio Prata (Uruguai, Paraguai e Paraná). Fortalecimento bélico do Paraguai, no governo de Solano Lopez e com o Uruguai, em 1861, seu aliado, como pretexto para a “guerra do Paraguai”: a “intervenção militar que aniquilaria o Paraguai, em 1864/1870” (Andrade, 2001:25). Quando em 1855, o cunhado de Nietzsche, anti-semita, nacionalista prussiano que foi para o Paraguai “fundar uma colônia de arianos puros” (Deleuze, 2009). Paraguai, onde vivem as tribos Guayaki, Chulupi e na região sul Tupiniquim, entre outras, principalmente a Guarani, predominantemente nômade caçadores e coletores. Badiou e Cassin (2011) ressaltaram “a escalada das perseguições contra os judeus” (p.32). Como recorrer a essas “perseguições” na questão da guerra do Paraguai.

Escapam à mediação significante sem se submeter a “nenhuma sintaxe geral” dos procedimentos de desterritorialização: “nenhum par ser/ente, ser/nada, ser/outro, poderá ocupar o lugar do binary digit”, provavelmente, ontológico: “escapam aos jogos comuns de discursividade, às coordenadas estruturais de energia, de tempo de espaço” (Guattari, 2000:50). Como compreender as cibernéticas de primeira ordem e de segunda? A primeira cibernética apoiou-se na segunda lei da termodinâmica (reverter à desordem e ao caos, a destruição) e a segunda cibernética a “ordem por meio de flutuação”, “sistema de redução de desvio” (Stockinger, 2007:89-90). O que se pensa sobre “o Dasein, o ser aí que se dá (...) pré-racional vivido (...) ente inacabado” (p.182). Invetsigar o “ser-para-a-morte” e o “ser-para-o-fim” ou o “pleno conceito existencial da morte” (Heidegger, 2009) num campo de forças com a esquizofrenia, que “alguns resultados de pesquisas apoiem a suposição de que há uma associada moderada entre esquizofrenia e violência”, trata-se de “crimes esquizofrênicos” ou “homicídio anormal” (Souza e Cardoso, 2008:213).

Sobre o chefe e o suicídio, concepção de poder nas sociedades primitivas, que não suportou a recusa do grupo e prefere morrer como um guerreiro. Atitudes etnocidas e sua diferença com o genocídio na América do Sul: “o homicídio de um índio não é um ato criminoso, o racismo desse ato é inclusive totalmente evacuado, já que afinal ele implica, para se exercer o reconhecimento de um mínimo de humanidade no Outro” (Clastres, 2004:83).

O genocídio, suicídio coletivo, de 279 pessoas do povo Guarani-Kaiowa foram assassinadas e 555 suicídio, na região do Mato Grosso do Sul: “não seria necessária uma lupa sobre o povo Guarani (...) entre 2003 e 2011, 279 pessoas do povo Guarani-Kaiwoá foram assassinadas. (...) (Funasa) registrou 555 suicídios” (Navarro, 2012:4). Entre “Selvagens, Bárbaros e Civilizados” (Deleuze e Guattari, s/d): Não se sabe que lógica uma “máquina” ou “agenciamento maquínico” desestratificada T-D-R, onde os primitivos seriam mediados por “bárbaros esquizofrênicos”, ou seja, engajados numa operação “racista” que se agravou no estrato territorializado no Sul do Brasil. A questão é saber o que “judeus” precisaram agenciar (Haesbaert, 2010) com “indígenas” e “quilombolas”: que tipo de “comunidades judaicas, pode ser fundamental na constituição do grupo social. (...) Mesmo no caso prototípico da “Terra Prometida” judaica, ainda que o espaço de referência identitária” (p.167). “Região Viva”. “Lógica do terror” e da “lei despótica” (Deleuze e Guattari, s/d). Estranha “máquina de guerra que vem do Sul” (Deleuze e Guattari, 1998:52-3): “(...) um sequestrador de avião, um levante tribal, um movimento feminista (...) um russo dissidente, haverá sempre alguém para surgir no sul” (p.152). Que tipo de “esquizofrenia de comunidade” foi acionada dimensão? Quando as “máquinas binárias” não tem poder algum sobre o real? Embora, explicita-se como “Pierre Clastres (...) explica com a função de guerra, em grupos primitivos, era (...) a conjurar a formação de um aparelho de Estado” (Deleuze e Parnet, 1998:164). A questão é que se coloca numa posição “contra-significante” de uma “máquina de guerra” nômade. Para analisar ou esquizoanalizar, de certo modo, de uma análise geográfica de uma “comunidade judaica” no Brasil desde o século XVI, sob um discurso pós-colonial ou colonial que parece estereotipado. Refere-se, pois a este processo T-R-D (territorialização- reterritorialização- desterritorialização) de “Selvagens, Bárbaros e Civilizados” (Deleuze e Guattari, s/d). Entre uma “máquina de guerra” e um discurso “pós-significante passional de um monomano”:

[1] Vizinhança trágica entre guerreiro e morte. Entre o vencedor (fazer recuar mais o limite, fuga para frente) e o vencido (capturado, vagueia nômade, ambíguo entre a vida e a morte). O guerreiro nunca é um guerreiro, a não ser na infinita tarefa realizando a façanha suprema conquista, glória absoluta e a morte. Observe-se o guerreiro selvagem e primitivo e o seu “ser-para-a morte”: verificar o guerreiro de Clastres (2004) e o de “Ser e Tempo” (Heidegger, 2009).

[2] A esquizofrenia, a violência e a morte (o homicídio) e a “guerra de libertação em psiquiatria” (Souza e Cardoso, 2008), recusa a pseudoneutralidade científica que é eminente política, entre a “panorganização das sociedades neocapitalistas” e a “modalidade de controle social do comportamento” e sua adaptação aos “métodos e técnicas de produção e consumo de produção da comunicação de massas” (Guattari, 2004:338).

Como o regime de signos “contra-significante” e o “pós-significante” podem semiotizar uma “comunidade judaica” e ao mesmo tempo uma “máquina de guerra nômade”. Após relacionar um regime pré-significante (selvagem) e outro “esquizofrênico” em relação com o “ser para a morte”, o guerreiro indígena e o guerrilheiro em psiquiatria (libertação).

Dada a concepção entre semiologia e psiquiatria em seus “dígitos binários” com a cibernética.

O nomos é primeiramente numérico. A propriedade da terra, sua desterritorialização (homem com a terra). Há três tipos de organização dos homens, de linhagem, territoriais, numérica: “a terra é antes de tudo a matéria onde se inscreve a dinâmica das linhagens” (Deleuze e Guattari, 2002:63). O número numerante (nomadismo, para deslocar e não medir e cantar), o número torna-se sujeito, aquilo que se desloca no espaço:

Com a máquina de guerra e na existência nômade, o número deixa de ser numerado para tornar-se Cifra, e é a esse título que ele constitui o “espírito de corpo”; inventa o segredo e as consequências do segredo (estratégia, espionagem, astúcia, emboscada, diplomacia, etc.). Número numerante, móvel, autônomo, direcional, rítmico, cifrado: a máquina de guerra é como a consequência necessária da organização nômade (Moisés fará a experiência disso com todas as suas consequências) (Deleuze e Guattari, 2002:66).

 

A semiótica contra-significante (dos nômades criadores e guerreiros), que procede “por aritmética e numeração”, ou seja, “um signo numérico que não é produzido por (...) uma repartição plural e móvel, estabelecendo ele mesmo funções e correlações, procedendo a arranjos mais do que a totais, a distribuições (...) operando por cortes, transição, migração e acumulação” (Deleuze e Guattari, 1997:70). Semiótica dos números que depende dos nômades, “já que Moisés recebe a ideia dos números de (...) Jetro). Marcha e migração onde a linha de fuga despótica” imperial é substituída por uma “linha de abolição” que se volta contra os Grandes impérios. Atravessá-los e destruí-los parece ser o mesmo que conquistar uma “semiótica mista”.

Ao contrário, na “semiótica pós-significante” (passional ou subjetiva), a morte imperial (o adiamento ilimitado), a quitação aparente, um desvio na “linha de fuga” – o “signo de Caim”, signo do subsolo/corporal e sistema da traição: “o capital é um ponto de subjetivação por excelência” (Deleuze, 1992:1995). Regime passional onde a “linha de subjetivação” em seus eixos “sintagmático e paradigmático”, o “amor-paixão”. A psiquiatria desde o século XIX; a filosofia moderna cristã; os judeus contra os impérios, neste sentido, questiona-se o “regime significante” que “possui uma fórmula geral simples: o signo remete ao signo, e remete tão somente ao signo, infinitamente (...) para formar uma rede sem começo nem fim que projeta sua sombra sobre um continuum amorfo atmosférico. (...) Atmosferização ou mundanização dos conteúdos” (Deleuze e Guattari, 1995:62). Trata-se de interrogar o que foi o “terror” psiquiátrico e o Imperialismo do Significante:

(...) a comparação de linguagem com a troca e a moeda (...) porque nunca se conseguirá impedir que significante reintroduza a sua transcendência, nem que deixe de testemunhar por um déspota desaparecido que ainda funciona no imperialismo moderno. (...) E não é só Saussure que insiste em que, o caráter arbitrário de linguagem fundamenta a sua soberania, como uma servidão ou uma escravatura generalizada de que a “massa” seria vítima (Deleuze e Guattari, s/d:214).

 

Servidão de massa, domínio do signo e transcendência do significante, como duas linguagens: a dos senhores e a dos escravos. Dicotomia da linguagem entre a língua (sistema de convenções necessárias à comunicação) e a fala (parte individual da linguagem). Ferdinand Saussure propôs uma ciência geral dos signos se não constituírem “linguagem”, ela é um sistema de significações, significantes sob a forma de nomenclaturas e significados sob a forma de usos ou regiões. A “semiologia” é talvez chamada a absorver-se numa translinguística cuja matéria será ora o “mito”, a “narrativa”, o artigo de imprensa, ora os objetos de nossas civilizações, tanto quanto sejam faladas. Assim “um conceito é um instrumento e uma história, isto é, um feixe de possibilidades e de obstáculos envolvido num mundo vivido” (Barthes, 2006:13). O idioleto é uma comunidade linguística que corresponde a escritura ou uma “linguagem falada por um só indivíduo”:

(...) há também, provavelmente, toda uma série de frases pertencentes à língua (...). Se esses estereótipos pertencem à língua, e não mais à fala, e se se verificou que numerosos sistemas semiológicos ou utilizam, trata-se então de uma verdadeira linguística do sintagma, que deve prever, necessária para todas as “escrituras” fortemente estereotipada (Barthes, 2006:23).

 

[1] “O espaço do político nas sociedades sem Estado. Sem fé, sem lei, sem rei”. Sociedades sem Estado, onde é impossível, sociedades primitivas, no século XVI (Clastres, 2003:222).

[2] “O povo judeu, após a vinda do Cristo, como os índios do Brasil para Gândavo, era não um povo sem Fé, nem Lei, nem Rei” (Carneiro, 2007:74).

Trata-se de uma análise, porém estereotipada, nesta perspectiva, no “imperialismo do significante”, desde o século XIX, no Brasil:

Em 1808, foram criadas as Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. (...) Psiquiatria e medicina legal sempre andaram juntas. (...) diversas fases pelos quais passou a medicina legal no Brasil, que podem ser divididas (...) 1887, foi o denominado período estrangeiro. (...) em 1814, apareceu a impugnação analítica ao exame feito pelos clínicos Antônio Pedro de Souza e Manuel Quintão da Silva, da lavra do médico e futuro senador do Império Gonçalves Gomide –, as quais via de regra eram compilações da medicina legal francesa, sem qualquer interpretação própria ou adaptações à realidade judiciária brasileira. O período de transição começaria em 1877, quando Agostinho José de Souza Lima (...) na cátedra de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (Abdalla-Filho, 2012:41).

 

Confronto entre o “estereótipo” e a “medicina-legal”, como uma sociedade judaico-cristã pode ser lançada contra o deus ex machina, que mesmo numa ficção teatral de Shakespeare: “o judeu veste a pele de uma antropófago”, quando “o doge de Veneza surgisse e, como poderoso deus ex machina, lançasse o canibal na prisão” (Sennet, 1994:180-1). De fato, “o poder econômico dos judeus afronta a comunidade cristã” (p.181). São “alvos de perseguições”, como o “cristão batizado era portador de um segredo incognoscível. Judeus do sexo masculino poderiam ser identificados e perseguidos, caso sua genitália fosse examinada” (p.124). O que seria, portanto, no discurso colonial, o judaísmo em Portugal e sua conversão forçada, ou seja, o “discurso religioso antijudaico” em “discurso racial anti-cristão-novo”. Trata-se da questão de “ser judeu na América”, muito menos perdido entre os “estereótipos”, atualmente a questão é sustentar a hipótese multiétnica e separatista no Brasil, a redivisão territorial. “Problemas separatistas”, negros, mulatos e brancos, que não se resolvem desde 1985 no país, com o episódio nuclear (césio), por volta de 1987 e a divisão de Tocantins e Goiás, com o “separatismo no sul e nordeste” (Andrade, 2004). Cazzolato (2011) escreveu “novos Estados e a divisão territorial do Brasil”, uma visão geográfica, através de uma “interferência telemática”, “suspeitas de corrupção” e prisões político-partidárias no Brasil, como na “Operação Pasárgada”, como em 2008, na Zona da Mata mineira e Rio de Janeiro. D’Souza (2010:47) retomou, por exemplo, “os movimentos separatistas” dos estados do Nordeste da Índia. A despeito do esfacelamento do leste europeu religioso: “muçulmanos”, a muralha do cristianismo Ocidental (Igreja Ortodoxa Sérvia, entre questões, os “fascistas católicos croatas”) e “militantes fundamentalistas islâmicos” (bósnio-turcos), apesar das preocupações do mundo islâmico na Bósnia (Huntington, 1997).

O separatismo e o fundamentalismo – o terror e o território – “digam-me por que vocês, os nativos, estão aí” (Bhabha, 1998), território dominado pelo colonizador, onde se expulsa pelo medo, o que fazer para discordar de “paisagens do medo”, assim “quais são elas (...) inúmeras imagens acudirão à nossa mente” (Tuan, 2005:7). No teatro – o judeu Shyloc – “O Mercador de Veneza” deveria ser assim um estereótipo impossível?

Teatralizar “personagens pssicosociais” através da “imagem psíquica” (e acústica) de Saussure (2006), tipos psicossociais desfilam na “geofilosofia” (Deleuze e Guattari, 1992) e no “capitalismo e esquizofrenia”. Seria essa “insana estratégia”. Arrastar os programas de Linguística, a Teoria da Informação, a Lógica Formal e a Antropologia Estrutural (Barthes, 2006).

[1] Sobre a ebena e a sessão xamanística, por exemplo, drogas consumidas entre os indígenas amazônicos. A ebena esmagada, misturada a outra substância vegetal: fino pó esverdeado é consumido com um canudo cheio, expirado por uma outra pessoa na narina – os homens experimentam agachados em círculos. Com a ebena, segundo Clastres (2004), os homens espirram, tossem, cospem e babam. O “xamã, medicine-man, feiticeiro e mago. (...) falou-se, por exemplo, em xamanismo indiano, iraniano, germânico e até babilônico” (Eliade, 2002:15).

[2] “(...) os judeus faziam dinheiro também foi motivo de discussão e decisão. Os judeus faziam dinheiro através da usura, e a usura tinha conexão direta com os vícios do corpo” (Senett, 1994:190).

Sobre as “drogas” e as “quadrilhas que operam no varejo no Rio de Janeiro”, sob o olho do “movimento” a polícia e os “alemães (estranhos, inimigos)” (Souza, 2000:57). O inimigo é invisível e seu reconhecimento requer atividade performativa, refere-se à oscilação da imagem do inimigo (pós 1990) à sobreposição do inimigo pós-11 de setembro: “a cor do terrorismo doméstico é verde (...) a universalização metáfora do significante “terror” (...). Quando você compra drogas, está oferecendo dinheiro para os terroristas” (Zizek, 2003a:132). Capitonnage, portanto, se não fosse “o território da diáspora”, judaica, grega, árabe, indiana, chinesa em relação com “as principais articulações especiais do tráfico de drogas”, não compreenderia a “nova des-ordem social” (Haesbaert, 2006:63-95). Em dezembro de 2012, “diante da hegemonia alemã, encontra-se os países do norte”, que “enfrentam os do Sul” (Andrade, 2012:18). Não resta dúvida ao se “interpretar” o que significa “a dose cavalar do resíduo” que não “salvou as zonas do euro”, ou seja, “dívidas soberanas” e o “espectro do calote” (p.19).

Enfim, a guerra não perde seu objetivo “eliminar e regenerar raças”. Observa-se o “inimigo interno” e o “racismo interno”, de fato, a “Guerra das Raças”, o que haveria entre a “medicina pública”: o nazismo e a raça (Foucault, 2002). Entre o “homo Oeconomicus” e o “homo penalis” (no mercado das drogas e sua economia inelástica) (Foucault, 2008). Como identificar o “inimigo” pós-1973, na crise do petróleo? E no Brasil do pré-sal, trata-se de avaliar e examinar: Cosme (2012); Ribeiro (2011); Correa (2003); Juhaz (2009); Farias (2011); Farias (2008); Yardley (2009); Bret-Rouzants e Favenenec (20011); Szklo e Magrini (2008).

Como acabar as “críticas endereçadas à política do Estado de Israel” (Zizek, 2003b:224-5):

 

Particularmente, neste momento (Primavera de 2002) em que o ciclo de violência entre Israelitas e Palestinos se autonomiza (...). Esta estranha conjunção entre dinheiro e vitimização é uma das formas (...) do atual fetichismo pelo dinheiro. Por um lado, sublinha-se que o Holocausto foi o crime por excelência; por outro, luta-se denodadamente para obter compensações financeiras à sua altura.

 

Do pós-guerra de 1914 entre os “hospitais psiquiátricos” e os “campos de concentração”, dentre “estereótipos habituais” – a palavra de ordem: “era preciso curar a área” (Guattari, 2004:60). O embaixador da França, Luis Martins de Souza Dantas, porém “a eugenia era um tema muito difundido na ciência e na publicista brasileiras. Os judeus eram brancos e, por conseguinte (...) não eram considerados europeus, e sim parte dos “nem brancos nem negros” (Ben-Dror, 2007:222). Entre 1930 e 1940, Osório Lopes fazia uma análise sobre o judaísmo mundial – diretor do jornal católico – transmitia informação sobre os judeus no Brasil, mas abstinha-se de emitir opiniões anti-semitas: “a posição dos franciscanos era que não há que desprezar o povo judeu, posto que no final dos tempos converter-se-á ao cristianismo e provocará o retorno do Messias” (Ben-Dror, 2007:229). Para Alain Badiou, o discurso judaico com a figura subjetiva (do profeta), que se mantém na requisição dos signos, “que faz signo, atestando a transcendência pela exposição do obscuro para seu deciframento. Manteremos, então, que o discurso judaico acima de tudo é o discurso do sinal” (2009:52). O povo judaico é signo, milagre e eleição: “é um discurso da exceção, pois o signo profético, o milagre e a eleição de seu povo designam a transcendência como algo que ultrapassa a totalidade natural” (p.52).

A “história do Holocausto” e a diferença entre os campos de trabalho e os campos de extermínio que se refere aos judeus nascido no Brasil após a recuperação da Europa destruída pela guerra (Gilbert, 2010). É preciso organizar o que ocorreu com o povo judeu (Sand, 2011) e com o “conflito Israel-Palestina” (Finilestein, 2005), enfim “a questão da Palestina” (Said, 2012) por causa da exploração dos “campos de petróleo” no Oriente Médio. O que se questiona é o ordenamento territorial no Brasil, com os investimentos petrolíferos e a esquizofrenia, sobretudo como o judeu foi forçado a se converter no cristianismo – dado as dificuldades étnicas, sexuais, transversais, como parâmetro ou paradigma estético (Guattari, 2000). A exclusão deste processo econômico e ético, as sucessivas reformas, que desabam em frustração no país, a Reforma Psiquiátrica, o mapa político, a reforma agrária e territorial, etc. O marketing e a corrupção que se estendem desde a Constituição do Brasil, 1985 e a democratização, que espera decidir por plebiscito essa divisão territorial, onde as riquezas naturais e minerais deveriam ser definitivas neste processo. Como aconteceu e acontece no Leste Europeu:

 

Por meio da zona do euro, a instituição presidia uma economia tentacular hoje estendida aos países do Leste Europeu, que abasteça o resto do continente com a mão-de-obra barata. (....) o capital alemão impôs aos trabalhadores um arrocho salarial drástico – aceito pelos sindicatos sob a ameaça de deslocamento de fábricas para Polônia, Eslováquia ou outros lugares (Anderson, 2012:19).

 

O Brasil deve ter atualmente migrantes dessa região (na Alemanha e Leste Europeu), mas passou por redivisões territoriais (étnico-religiosas) na década de 1990, o que deveria acontecer no país por causa dessas “diásporas” alemãs e do leste europeu, trazidas por vários fluxos migratórios, cuja campanha separatista mobiliza a massa, redimensionando a “esquizofrenia” ou a psiquiatria judaico-cristã em seus movimentos de massa que beiram o “terror”, nas cidades e no campo, movimentos sobre a reforma (psiquiátrica, os sem terra, os sem teto, etc.) e o feminismo. Não se sabe ao certo se ocorreu devido à pressão das “operações psicológicas” ou “operações especiais” como acontecia nos Balcãs (Virilio, 2000). Seria pretensioso demais compreender nestas operações uma invenção de um novo capitalismo, sobre a “proposta do neoliberalismo” pós-nazismo de um “capital alemão”, que oscila entre o “capital humano” e o “Homo penalis” (envolvido no mercado das drogas). Mão de obra barata no lugar de um processo escravista de exploração do trabalho no Brasil. Trata-se de analisar o que foi o “capital humano” frente à “sociedade do conhecimento”, entre as décadas de 1960 e 1990, por exemplo, na “Pedagogia da Exclusão” (Gentili, 1995). O que tem acontecido atualmente com essa “crise capitalista mundial” no século XXI.

 Portanto, a “questão do Holocausto” no Brasil, desde 1945 até 2003, não só transformou os campos de concentração em Hospital Psiquiátrico, observado alhures, também porque as questões multiétnicas devem ser orientadas por diversidade religiosa, cujo estereótipo racial-sexual não passa de um projeto científico e industrializado nos mass-media. O conflito deveria ser exposto entre religiosidade e psiquiatria – o psiquiatrizado no Brasil tornou-se a cifra do campo democrático e político?

 Avraham Milgram (2007) em “O Itamaraty e os Judeus” (2007:394) apresentou “uma nova lei imigratória”, conforme Carlos Alves de Souza, diretor da Divisão Política e Diplomática do Ministério Exterior: “o secretário-geral do Itamaraty sugeriu adotar a proposta feita pelo chefe da divisão política e diplomática, ou seja, a de estabelecer uma cota de imigração para judeus”. Luiz Martins de Souza Dantas “concedeu vistos diplomáticos aos refugiados judeus”, que partiram da França, do Ponto Cadiz (Espanha) e Casablanca (Marrocos). Revalidando por ordens de Souza Dantas seguir viagens rumo à América do Sul: “no mês de março de 1943, os alemães invadiram as dependências do embaixador brasileiro em Vichy, aprisionando Souza Dantas” (p.408). Posto em liberdade em 1944, graças à intervenção do presidente do conselho de ministros de Portugal. Irregularidades nos vistos ocorriam nos consulados da França e no serviço consular brasileiro da Alemanha:

 

Com a diferença que na França era embaixador quem fornecia os vistos aos judeus. Souza Dantas, conhecendo as restrições legais que o impediam de conceder vistos às vítimas de guerra, agiu de forma excepcional em relação aos refugiados judeus concedendo-lhes centenas de vistos diplomáticos, em sua grande maioria na segunda de 1940 (p.404).

 

Ainda em 2002, “os oponentes de guerra com o Iraque descrevem com frequência o conflito como motivado todo por causa do petróleo” (Harvey, 2003:24), enquanto empresas inglesas e EUA foram excluídas do Iraque: “o surgimento de uma coalização tática liderada pela China, Índia, pela África do Sul e pelo Brasil na conferência de Cancun, em oposição ao Japão, aos Estados Unidos e à Europa, no referente aos subsídios agrícolas abre uma nova frente de negociação política” (p.186). Trata-se de compreender os processos moleculares de acumulação do capital e as assimetrias ou condições geógrafos desiguais, que concerne, principalmente, o “eixo norte-sul”, “máquina dual” (Guattari, 1997) que se desestabiliza.

Slavoj Zizek (2006) afirmou que somos forçados a pensar em “risos enlatados”. O que e quem seria um “programador hindu” e um “assalto a banco” e, por consequência, abrir “um novo banco”. Com as plataformas do pré-sal e as “operações pasárgada” no Brasil, desde 2008, que mais parecem “operações psicológicas” através de microondas, hologramas e clonagens de voz, ou seja, “unidades de operações especiais”, “armas não-letais” (Smith, 2005), ao longo da guerra fria entre as superpotências mundiais – EUA e URSS.

 

 

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