A fixidez no signo paradoxal no discurso colonial, a rigidez e a ordem, mas
também degeneração e repetição: "o estereótipo, que é sua principal
estratégia discursiva, é uma forma de conhecimento e identificação que vacila
entre o que deve ser ansiosamente repetido" (Bhabha, 2005:105). Signo da
diferença cultural/histórica/racial: construção do sujeito no discurso e poder
colonial, articulação sob as formas da diferença (racial, sexual), ou seja,
processos de subjetivação através dos estereótipos. Questiona-se o modo de
representação da alteridade: "epítetos raciais ou sexuais passam a ser
vistos como modos de diferenciação, percebidos como determinações múltiplas,
entrecruzadas, poliformas e perversas, sempre exigindo um cálculo específico e
estereótipo de seus efeitos" (p.107). O "processo de representação
estereotípica" ou "estereótipo" foi proposto como modo de
representação complexo ambivalente contraditório. Portanto, o estereótipo é
impossível. Os saberes (do colonialismo) imbricam a produção (de poder) com a
fantasia do desejo impossível de uma “origem pura”. Dupla problemática: o saber
estereotipado e a origem – o ato de estereotipar. O estereótipo fixa o racismo,
mas por ser uma falsa representação da realidade.
Por que analisar o "conceito da diáspora" - a história do povo
judeu levado a escravidão no Egito e o Holocausto. É a diáspora judia (retorno
a Israel) e o conflito com os países no Oriente Médio (palestinos). 1º] A
categoria do conceito de "raças" como construção política e social em
que se organiza [2º] um sistema de poder de exploração e exclusão
sócio-econômico (o racismo) que justifica diferenças em termos genéticos e
biológicos. As sociedades multiculturais e os deslocamentos dos povos. A raça
não é um conceito científico, conforme Hall (2003), porém para as comunidades
afro-caribenhas e etnias asiáticas. As diferenças genéticas e significantes, o
nível genético não é visível, mas materializados ou lidos nos significantes
(cor da pele, feições do rosto, tipos de cabelo e físico).
Desde o século XV até o BRIC, percebe-se certa "Geopolítica dos
Trópicos" (Mattos, 1984), sobre um interesse na descolonização e
colonização dos países entre os trópicos. Quais suas questões legais (sobre o
estereótipo sexual-racial) e o que é a relação entre anti-semitismo e raça?
Judeus e não-judeus no Brasil e nas Américas? Trata-se de uma comparação com o
Holocausto – internacional – e de uma guerra mundial – onde o direito torna-se
suspenso (Agamben, 2004): exceção é o dispositivo em que o direito se refere à
vida “e a inclui em si por meio de sua própria suspensão (...) condição
preliminar para se definir a relação que liga e, ao mesmo tempo, abandono o
vivente ao direito” (p.12). Uma guerra civil que permite eliminar os
adversários políticos, inimigos: “guerra civil mundial”. De certo modo, como
analisar o Sul?
O Império em expansão até a bacia do Rio Prata (Uruguai, Paraguai e
Paraná). Fortalecimento bélico do Paraguai, no governo de Solano Lopez e com o
Uruguai, em 1861, seu aliado, como pretexto para a “guerra do Paraguai”: a
“intervenção militar que aniquilaria o Paraguai, em 1864/1870” (Andrade,
2001:25). Quando em 1855, o cunhado de Nietzsche, anti-semita, nacionalista
prussiano que foi para o Paraguai “fundar uma colônia de arianos puros”
(Deleuze, 2009). Paraguai, onde vivem as tribos Guayaki, Chulupi e na região
sul Tupiniquim, entre outras, principalmente a Guarani, predominantemente
nômade caçadores e coletores. Badiou e Cassin (2011) ressaltaram “a escalada
das perseguições contra os judeus” (p.32). Como recorrer a essas “perseguições”
na questão da guerra do Paraguai.
Escapam à mediação significante sem se submeter a “nenhuma sintaxe
geral” dos procedimentos de desterritorialização: “nenhum par ser/ente,
ser/nada, ser/outro, poderá ocupar o lugar do binary digit”, provavelmente, ontológico: “escapam aos jogos comuns
de discursividade, às coordenadas estruturais de energia, de tempo de espaço”
(Guattari, 2000:50). Como compreender as cibernéticas de primeira ordem e de
segunda? A primeira cibernética apoiou-se na segunda lei da termodinâmica
(reverter à desordem e ao caos, a destruição) e a segunda cibernética a “ordem
por meio de flutuação”, “sistema de redução de desvio” (Stockinger, 2007:89-90).
O que se pensa sobre “o Dasein, o ser aí que se dá (...) pré-racional vivido
(...) ente inacabado” (p.182). Invetsigar o “ser-para-a-morte” e o
“ser-para-o-fim” ou o “pleno conceito existencial da morte” (Heidegger, 2009)
num campo de forças com a esquizofrenia, que “alguns resultados de pesquisas
apoiem a suposição de que há uma associada moderada entre esquizofrenia e
violência”, trata-se de “crimes esquizofrênicos” ou “homicídio anormal” (Souza
e Cardoso, 2008:213).
Sobre o chefe e o suicídio, concepção de poder nas sociedades
primitivas, que não suportou a recusa do grupo e prefere morrer como um
guerreiro. Atitudes etnocidas e sua diferença com o genocídio na América do
Sul: “o homicídio de um índio não é um ato criminoso, o racismo desse ato é
inclusive totalmente evacuado, já que afinal ele implica, para se exercer o
reconhecimento de um mínimo de humanidade no Outro” (Clastres, 2004:83).
O genocídio, suicídio coletivo, de 279 pessoas do povo Guarani-Kaiowa
foram assassinadas e 555 suicídio, na região do Mato Grosso do Sul: “não seria
necessária uma lupa sobre o povo Guarani (...) entre 2003 e 2011, 279 pessoas
do povo Guarani-Kaiwoá foram assassinadas. (...) (Funasa) registrou 555
suicídios” (Navarro, 2012:4). Entre “Selvagens, Bárbaros e Civilizados”
(Deleuze e Guattari, s/d): Não se sabe que lógica uma “máquina” ou
“agenciamento maquínico” desestratificada T-D-R, onde os primitivos seriam
mediados por “bárbaros esquizofrênicos”, ou seja, engajados numa operação
“racista” que se agravou no estrato territorializado no Sul do Brasil. A
questão é saber o que “judeus” precisaram agenciar (Haesbaert, 2010) com
“indígenas” e “quilombolas”: que tipo de “comunidades judaicas, pode ser
fundamental na constituição do grupo social. (...) Mesmo no caso prototípico da
“Terra Prometida” judaica, ainda que o espaço de referência identitária”
(p.167). “Região Viva”. “Lógica do terror” e da “lei despótica” (Deleuze e
Guattari, s/d). Estranha “máquina de guerra que vem do Sul” (Deleuze e Guattari,
1998:52-3): “(...) um sequestrador de avião, um levante tribal, um movimento
feminista (...) um russo dissidente, haverá sempre alguém para surgir no sul”
(p.152). Que tipo de “esquizofrenia de comunidade” foi acionada dimensão?
Quando as “máquinas binárias” não tem poder algum sobre o real? Embora,
explicita-se como “Pierre Clastres (...) explica com a função de guerra, em
grupos primitivos, era (...) a conjurar a formação de um aparelho de Estado”
(Deleuze e Parnet, 1998:164). A questão é que se coloca numa posição “contra-significante”
de uma “máquina de guerra” nômade. Para analisar ou esquizoanalizar, de certo
modo, de uma análise geográfica de uma “comunidade judaica” no Brasil desde o
século XVI, sob um discurso pós-colonial ou colonial que parece estereotipado.
Refere-se, pois a este processo T-R-D (territorialização- reterritorialização-
desterritorialização) de “Selvagens, Bárbaros e Civilizados” (Deleuze e
Guattari, s/d). Entre uma “máquina de guerra” e um discurso “pós-significante
passional de um monomano”:
[1] Vizinhança trágica entre guerreiro e morte. Entre o vencedor (fazer
recuar mais o limite, fuga para frente) e o vencido (capturado, vagueia nômade,
ambíguo entre a vida e a morte). O guerreiro nunca é um guerreiro, a não ser na
infinita tarefa realizando a façanha suprema conquista, glória absoluta e a
morte. Observe-se o guerreiro selvagem e primitivo e o seu “ser-para-a morte”:
verificar o guerreiro de Clastres (2004) e o de “Ser e Tempo” (Heidegger,
2009).
[2] A esquizofrenia, a violência e a morte (o homicídio) e a “guerra de
libertação em psiquiatria” (Souza e Cardoso, 2008), recusa a pseudoneutralidade
científica que é eminente política, entre a “panorganização das sociedades
neocapitalistas” e a “modalidade de controle social do comportamento” e sua
adaptação aos “métodos e técnicas de produção e consumo de produção da
comunicação de massas” (Guattari, 2004:338).
Como o regime de signos “contra-significante” e o “pós-significante”
podem semiotizar uma “comunidade judaica” e ao mesmo tempo uma “máquina de
guerra nômade”. Após relacionar um regime pré-significante (selvagem) e outro
“esquizofrênico” em relação com o “ser para a morte”, o guerreiro indígena e o
guerrilheiro em psiquiatria (libertação).
Dada a concepção entre semiologia e psiquiatria em seus “dígitos binários”
com a cibernética.
O nomos é primeiramente numérico. A propriedade da terra, sua
desterritorialização (homem com a terra). Há três tipos de organização dos
homens, de linhagem, territoriais, numérica: “a terra é antes de tudo a matéria
onde se inscreve a dinâmica das linhagens” (Deleuze e Guattari, 2002:63). O
número numerante (nomadismo, para deslocar e não medir e cantar), o número
torna-se sujeito, aquilo que se desloca no espaço:
Com a máquina de
guerra e na existência nômade, o número deixa de ser numerado para tornar-se
Cifra, e é a esse título que ele constitui o “espírito de corpo”; inventa o
segredo e as consequências do segredo (estratégia, espionagem, astúcia,
emboscada, diplomacia, etc.). Número numerante, móvel, autônomo, direcional,
rítmico, cifrado: a máquina de guerra é como a consequência necessária da
organização nômade (Moisés fará a experiência disso com todas as suas
consequências) (Deleuze e Guattari, 2002:66).
A semiótica contra-significante (dos nômades criadores e guerreiros),
que procede “por aritmética e numeração”, ou seja, “um signo numérico que não é
produzido por (...) uma repartição plural e móvel, estabelecendo ele mesmo
funções e correlações, procedendo a arranjos mais do que a totais, a
distribuições (...) operando por cortes, transição, migração e acumulação” (Deleuze
e Guattari, 1997:70). Semiótica dos números que depende dos nômades, “já que
Moisés recebe a ideia dos números de (...) Jetro). Marcha e migração onde a
linha de fuga despótica” imperial é substituída por uma “linha de abolição” que
se volta contra os Grandes impérios. Atravessá-los e destruí-los parece ser o
mesmo que conquistar uma “semiótica mista”.
Ao contrário, na “semiótica pós-significante” (passional ou subjetiva),
a morte imperial (o adiamento ilimitado), a quitação aparente, um desvio na
“linha de fuga” – o “signo de Caim”, signo do subsolo/corporal e sistema da
traição: “o capital é um ponto de subjetivação por excelência” (Deleuze,
1992:1995). Regime passional onde a “linha de subjetivação” em seus eixos
“sintagmático e paradigmático”, o “amor-paixão”. A psiquiatria desde o século
XIX; a filosofia moderna cristã; os judeus contra os impérios, neste sentido,
questiona-se o “regime significante” que “possui uma fórmula geral simples: o
signo remete ao signo, e remete tão somente ao signo, infinitamente (...) para
formar uma rede sem começo nem fim que projeta sua sombra sobre um continuum
amorfo atmosférico. (...) Atmosferização ou mundanização dos conteúdos”
(Deleuze e Guattari, 1995:62). Trata-se de interrogar o que foi o “terror”
psiquiátrico e o Imperialismo do
Significante:
(...) a
comparação de linguagem com a troca e a moeda (...) porque nunca se conseguirá
impedir que significante reintroduza a sua transcendência, nem que deixe de
testemunhar por um déspota desaparecido que ainda funciona no imperialismo
moderno. (...) E não é só Saussure que insiste em que, o caráter arbitrário de
linguagem fundamenta a sua soberania, como uma servidão ou uma escravatura
generalizada de que a “massa” seria vítima (Deleuze e Guattari, s/d:214).
Servidão de massa, domínio do signo e transcendência do significante,
como duas linguagens: a dos senhores e a dos escravos. Dicotomia da linguagem
entre a língua (sistema de convenções necessárias à comunicação) e a fala
(parte individual da linguagem). Ferdinand Saussure propôs uma ciência geral
dos signos se não constituírem “linguagem”, ela é um sistema de significações,
significantes sob a forma de nomenclaturas e significados sob a forma de usos
ou regiões. A “semiologia” é talvez chamada a absorver-se numa translinguística
cuja matéria será ora o “mito”, a “narrativa”, o artigo de imprensa, ora os
objetos de nossas civilizações, tanto quanto sejam faladas. Assim “um conceito
é um instrumento e uma história, isto é, um feixe de possibilidades e de
obstáculos envolvido num mundo vivido” (Barthes, 2006:13). O idioleto é uma
comunidade linguística que corresponde a escritura ou uma “linguagem falada por
um só indivíduo”:
(...) há também,
provavelmente, toda uma série de frases pertencentes à língua (...). Se esses
estereótipos pertencem à língua, e não mais à fala, e se se verificou que
numerosos sistemas semiológicos ou utilizam, trata-se então de uma verdadeira
linguística do sintagma, que deve prever, necessária para todas as “escrituras”
fortemente estereotipada (Barthes, 2006:23).
[1] “O espaço do
político nas sociedades sem Estado. Sem fé, sem lei, sem rei”. Sociedades sem
Estado, onde é impossível, sociedades primitivas, no século XVI (Clastres,
2003:222).
[2] “O povo
judeu, após a vinda do Cristo, como os índios do Brasil para Gândavo, era não um
povo sem Fé, nem Lei, nem Rei” (Carneiro, 2007:74).
Trata-se de uma análise, porém estereotipada, nesta perspectiva, no
“imperialismo do significante”, desde o século XIX, no Brasil:
Em 1808, foram
criadas as Faculdades de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. (...)
Psiquiatria e medicina legal sempre andaram juntas. (...) diversas fases pelos
quais passou a medicina legal no Brasil, que podem ser divididas (...) 1887,
foi o denominado período estrangeiro. (...) em 1814, apareceu a impugnação
analítica ao exame feito pelos clínicos Antônio Pedro de Souza e Manuel Quintão
da Silva, da lavra do médico e futuro senador do Império Gonçalves Gomide –, as
quais via de regra eram compilações da medicina legal francesa, sem qualquer
interpretação própria ou adaptações à realidade judiciária brasileira. O
período de transição começaria em 1877, quando Agostinho José de Souza Lima
(...) na cátedra de Medicina Legal da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
(Abdalla-Filho, 2012:41).
Confronto entre o “estereótipo” e a “medicina-legal”, como uma sociedade
judaico-cristã pode ser lançada contra o deus
ex machina, que mesmo numa ficção teatral de Shakespeare: “o judeu veste a
pele de uma antropófago”, quando “o doge de Veneza surgisse e, como poderoso deus ex machina, lançasse o canibal na
prisão” (Sennet, 1994:180-1). De fato, “o poder econômico dos judeus afronta a
comunidade cristã” (p.181). São “alvos de perseguições”, como o “cristão
batizado era portador de um segredo incognoscível. Judeus do sexo masculino poderiam
ser identificados e perseguidos, caso sua genitália fosse examinada” (p.124). O
que seria, portanto, no discurso colonial, o judaísmo em Portugal e sua
conversão forçada, ou seja, o “discurso religioso antijudaico” em “discurso
racial anti-cristão-novo”. Trata-se da questão de “ser judeu na América”, muito
menos perdido entre os “estereótipos”, atualmente a questão é sustentar a
hipótese multiétnica e separatista no Brasil, a redivisão territorial.
“Problemas separatistas”, negros, mulatos e brancos, que não se resolvem desde
1985 no país, com o episódio nuclear (césio), por volta de 1987 e a divisão de
Tocantins e Goiás, com o “separatismo no sul e nordeste” (Andrade, 2004).
Cazzolato (2011) escreveu “novos Estados e a divisão territorial do Brasil”, uma
visão geográfica, através de uma “interferência telemática”, “suspeitas de
corrupção” e prisões político-partidárias no Brasil, como na “Operação
Pasárgada”, como em 2008, na Zona da Mata mineira e Rio de Janeiro. D’Souza
(2010:47) retomou, por exemplo, “os movimentos separatistas” dos estados do
Nordeste da Índia. A despeito do esfacelamento do leste europeu religioso:
“muçulmanos”, a muralha do cristianismo Ocidental (Igreja Ortodoxa Sérvia,
entre questões, os “fascistas católicos croatas”) e “militantes
fundamentalistas islâmicos” (bósnio-turcos), apesar das preocupações do mundo
islâmico na Bósnia (Huntington, 1997).
O separatismo e o fundamentalismo – o terror e
o território – “digam-me por que vocês, os nativos, estão aí” (Bhabha, 1998),
território dominado pelo colonizador, onde se expulsa pelo medo, o que fazer
para discordar de “paisagens do medo”, assim “quais são elas (...) inúmeras
imagens acudirão à nossa mente” (Tuan, 2005:7). No teatro – o judeu Shyloc – “O
Mercador de Veneza” deveria ser assim um estereótipo impossível?
Teatralizar “personagens pssicosociais”
através da “imagem psíquica” (e acústica) de Saussure (2006), tipos
psicossociais desfilam na “geofilosofia” (Deleuze e Guattari, 1992) e no
“capitalismo e esquizofrenia”. Seria essa “insana estratégia”. Arrastar os
programas de Linguística, a Teoria da Informação, a Lógica Formal e a
Antropologia Estrutural (Barthes, 2006).
[1] Sobre a ebena e a sessão xamanística, por exemplo, drogas consumidas
entre os indígenas amazônicos. A ebena esmagada, misturada a outra substância
vegetal: fino pó esverdeado é consumido com um canudo cheio, expirado por uma
outra pessoa na narina – os homens experimentam agachados em círculos. Com a
ebena, segundo Clastres (2004), os homens espirram, tossem, cospem e babam. O
“xamã, medicine-man, feiticeiro e mago. (...) falou-se, por exemplo, em
xamanismo indiano, iraniano, germânico e até babilônico” (Eliade, 2002:15).
[2] “(...) os judeus faziam dinheiro também foi motivo de discussão e
decisão. Os judeus faziam dinheiro através da usura, e a usura tinha conexão
direta com os vícios do corpo” (Senett, 1994:190).
Sobre as “drogas” e as “quadrilhas que operam
no varejo no Rio de Janeiro”, sob o olho do “movimento” a polícia e os “alemães
(estranhos, inimigos)” (Souza, 2000:57). O inimigo é invisível e seu
reconhecimento requer atividade performativa, refere-se à oscilação da imagem
do inimigo (pós 1990) à sobreposição do inimigo pós-11 de setembro: “a cor do
terrorismo doméstico é verde (...) a universalização metáfora do significante
“terror” (...). Quando você compra drogas, está oferecendo dinheiro para os
terroristas” (Zizek, 2003a:132). Capitonnage, portanto, se não fosse “o
território da diáspora”, judaica, grega, árabe, indiana, chinesa em relação com
“as principais articulações especiais do tráfico de drogas”, não compreenderia
a “nova des-ordem social” (Haesbaert, 2006:63-95). Em dezembro de 2012, “diante
da hegemonia alemã, encontra-se os países do norte”, que “enfrentam os do Sul”
(Andrade, 2012:18). Não resta dúvida ao se “interpretar” o que significa “a
dose cavalar do resíduo” que não “salvou as zonas do euro”, ou seja, “dívidas
soberanas” e o “espectro do calote” (p.19).
Enfim, a guerra não perde seu objetivo
“eliminar e regenerar raças”. Observa-se o “inimigo interno” e o “racismo
interno”, de fato, a “Guerra das Raças”, o que haveria entre a “medicina
pública”: o nazismo e a raça (Foucault, 2002). Entre o “homo Oeconomicus” e o
“homo penalis” (no mercado das drogas e sua economia inelástica) (Foucault,
2008). Como identificar o “inimigo” pós-1973, na crise do petróleo? E no Brasil
do pré-sal, trata-se de avaliar e examinar: Cosme (2012); Ribeiro (2011);
Correa (2003); Juhaz (2009); Farias (2011); Farias (2008); Yardley (2009);
Bret-Rouzants e Favenenec (20011); Szklo e Magrini (2008).
Como acabar as “críticas endereçadas à política do Estado de Israel”
(Zizek, 2003b:224-5):
Particularmente, neste momento (Primavera de 2002) em que o ciclo de
violência entre Israelitas e Palestinos se autonomiza (...). Esta estranha
conjunção entre dinheiro e vitimização é uma das formas (...) do atual
fetichismo pelo dinheiro. Por um lado, sublinha-se que o Holocausto foi o crime
por excelência; por outro, luta-se denodadamente para obter compensações financeiras
à sua altura.
Do pós-guerra de 1914 entre os “hospitais
psiquiátricos” e os “campos de concentração”, dentre “estereótipos habituais” –
a palavra de ordem: “era preciso curar a área” (Guattari, 2004:60). O
embaixador da França, Luis Martins de Souza Dantas, porém “a eugenia era um
tema muito difundido na ciência e na publicista brasileiras. Os judeus eram
brancos e, por conseguinte (...) não eram considerados europeus, e sim parte
dos “nem brancos nem negros” (Ben-Dror, 2007:222). Entre 1930 e 1940, Osório
Lopes fazia uma análise sobre o judaísmo mundial – diretor do jornal católico –
transmitia informação sobre os judeus no Brasil, mas abstinha-se de emitir
opiniões anti-semitas: “a posição dos franciscanos era que não há que desprezar
o povo judeu, posto que no final dos tempos converter-se-á ao cristianismo e
provocará o retorno do Messias” (Ben-Dror, 2007:229). Para Alain Badiou, o
discurso judaico com a figura subjetiva (do profeta), que se mantém na
requisição dos signos, “que faz signo, atestando a transcendência pela
exposição do obscuro para seu deciframento. Manteremos, então, que o discurso
judaico acima de tudo é o discurso do sinal” (2009:52). O povo judaico é signo,
milagre e eleição: “é um discurso da exceção, pois o signo profético, o milagre
e a eleição de seu povo designam a transcendência como algo que ultrapassa a
totalidade natural” (p.52).
A “história do Holocausto” e a diferença entre
os campos de trabalho e os campos de extermínio que se refere aos judeus
nascido no Brasil após a recuperação da Europa destruída pela guerra (Gilbert,
2010). É preciso organizar o que ocorreu com o povo judeu (Sand, 2011) e com o
“conflito Israel-Palestina” (Finilestein, 2005), enfim “a questão da Palestina”
(Said, 2012) por causa da exploração dos “campos de petróleo” no Oriente Médio.
O que se questiona é o ordenamento territorial no Brasil, com os investimentos
petrolíferos e a esquizofrenia, sobretudo como o judeu foi forçado a se
converter no cristianismo – dado as dificuldades étnicas, sexuais,
transversais, como parâmetro ou paradigma estético (Guattari, 2000). A exclusão
deste processo econômico e ético, as sucessivas reformas, que desabam em
frustração no país, a Reforma Psiquiátrica, o mapa político, a reforma agrária
e territorial, etc. O marketing e a corrupção que se estendem desde a
Constituição do Brasil, 1985 e a democratização, que espera decidir por
plebiscito essa divisão territorial, onde as riquezas naturais e minerais
deveriam ser definitivas neste processo. Como aconteceu e acontece no Leste
Europeu:
Por meio da zona do euro, a instituição presidia uma economia tentacular
hoje estendida aos países do Leste Europeu, que abasteça o resto do continente
com a mão-de-obra barata. (....) o capital alemão impôs aos trabalhadores um
arrocho salarial drástico – aceito pelos sindicatos sob a ameaça de
deslocamento de fábricas para Polônia, Eslováquia ou outros lugares (Anderson,
2012:19).
O Brasil deve ter atualmente migrantes dessa
região (na Alemanha e Leste Europeu), mas passou por redivisões territoriais
(étnico-religiosas) na década de 1990, o que deveria acontecer no país por
causa dessas “diásporas” alemãs e do leste europeu, trazidas por vários fluxos
migratórios, cuja campanha separatista mobiliza a massa, redimensionando a
“esquizofrenia” ou a psiquiatria judaico-cristã em seus movimentos de massa que
beiram o “terror”, nas cidades e no campo, movimentos sobre a reforma
(psiquiátrica, os sem terra, os sem teto, etc.) e o feminismo. Não se sabe ao
certo se ocorreu devido à pressão das “operações psicológicas” ou “operações
especiais” como acontecia nos Balcãs (Virilio, 2000). Seria pretensioso demais
compreender nestas operações uma invenção de um novo capitalismo, sobre a
“proposta do neoliberalismo” pós-nazismo de um “capital alemão”, que oscila
entre o “capital humano” e o “Homo penalis” (envolvido no mercado das drogas).
Mão de obra barata no lugar de um processo escravista de exploração do trabalho
no Brasil. Trata-se de analisar o que foi o “capital humano” frente à
“sociedade do conhecimento”, entre as décadas de 1960 e 1990, por exemplo, na
“Pedagogia da Exclusão” (Gentili, 1995). O que tem acontecido atualmente com
essa “crise capitalista mundial” no século XXI.
Portanto, a “questão do Holocausto” no Brasil,
desde 1945 até 2003, não só transformou os campos de concentração em Hospital
Psiquiátrico, observado alhures, também porque as questões multiétnicas devem
ser orientadas por diversidade religiosa, cujo estereótipo racial-sexual não
passa de um projeto científico e industrializado nos mass-media. O conflito
deveria ser exposto entre religiosidade e psiquiatria – o psiquiatrizado no
Brasil tornou-se a cifra do campo democrático e político?
Avraham
Milgram (2007) em “O Itamaraty e os Judeus” (2007:394) apresentou “uma nova lei
imigratória”, conforme Carlos Alves de Souza, diretor da Divisão Política e
Diplomática do Ministério Exterior: “o secretário-geral do Itamaraty sugeriu
adotar a proposta feita pelo chefe da divisão política e diplomática, ou seja,
a de estabelecer uma cota de imigração para judeus”. Luiz Martins de Souza
Dantas “concedeu vistos diplomáticos aos refugiados judeus”, que partiram da
França, do Ponto Cadiz (Espanha) e Casablanca (Marrocos). Revalidando por
ordens de Souza Dantas seguir viagens rumo à América do Sul: “no mês de março
de 1943, os alemães invadiram as dependências do embaixador brasileiro em
Vichy, aprisionando Souza Dantas” (p.408). Posto em liberdade em 1944, graças à
intervenção do presidente do conselho de ministros de Portugal. Irregularidades
nos vistos ocorriam nos consulados da França e no serviço consular brasileiro
da Alemanha:
Com a diferença que na França era embaixador quem fornecia os vistos aos
judeus. Souza Dantas, conhecendo as restrições legais que o impediam de
conceder vistos às vítimas de guerra, agiu de forma excepcional em relação aos
refugiados judeus concedendo-lhes centenas de vistos diplomáticos, em sua
grande maioria na segunda de 1940 (p.404).
Ainda em 2002, “os oponentes de guerra com o
Iraque descrevem com frequência o conflito como motivado todo por causa do
petróleo” (Harvey, 2003:24), enquanto empresas inglesas e EUA foram excluídas
do Iraque: “o surgimento de uma coalização tática liderada pela China, Índia,
pela África do Sul e pelo Brasil na conferência de Cancun, em oposição ao
Japão, aos Estados Unidos e à Europa, no referente aos subsídios agrícolas abre
uma nova frente de negociação política” (p.186). Trata-se de compreender os
processos moleculares de acumulação do capital e as assimetrias ou condições
geógrafos desiguais, que concerne, principalmente, o “eixo norte-sul”, “máquina
dual” (Guattari, 1997) que se desestabiliza.
Slavoj Zizek (2006) afirmou que somos forçados
a pensar em “risos enlatados”. O que e quem seria um “programador hindu” e um
“assalto a banco” e, por consequência, abrir “um novo banco”. Com as
plataformas do pré-sal e as “operações pasárgada” no Brasil, desde 2008, que
mais parecem “operações psicológicas” através de microondas, hologramas e
clonagens de voz, ou seja, “unidades de operações especiais”, “armas
não-letais” (Smith, 2005), ao longo da guerra fria entre as superpotências
mundiais – EUA e URSS.
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