sábado, 9 de fevereiro de 2013

Configurações Geopolíticas e Teatro da Vida


 

Em 1977 o primeiro gene humano foi clonado. A “bomba genética e informática” puderam ser consideradas um único “aparato bélico”. Graças ao controle genético identifica-se o duplo (clone) ou o híbrido (a quimera): a industrialização dos seres vivos. A clonagem humana (raça humana de sinistra memória). A “bomba genética” possibilidade da clonagem do homem a partir do controle informático do mapa de genoma humano. A Eugenia Cibernética deve, por Paul Virilio (1999), à ciência e não a política das nações – tecnociência que exige a comercialização e privatização de conjunto do que vive e do patrimônio genético. Revolução em microbiologia (hélice dupla do DNA, “um autêntico híbrido de duas personalidades” de Watson e Crick) e base tecnológica da engenharia genética, método de clonagem genética desenvolvido em 1973. Trata-se de expor um objetivo:

(...) impossibilitar qualquer controle privado sobre parcelas de conhecimentos que possam bloquear o desenvolvimento de produtos baseados em um futuro entendimento sistemático do genoma humano. E o Projeto Genoma Humano mantido por verbas públicas, publicou seus resultados para evitar a propriedade privada dos conhecimentos genéticos. (...) O progresso da engenharia genética cria a possibilidade de ação com os genes, tornando a espécie humana capaz não apenas de controlar algumas doenças, mas de identificar predisposições biológicas e nelas intervir, portanto alterando potencialmente o destino genético. Na década de 1990, os cientistas já sabiam identificar defeitos precisos em genes humanos específicos como fontes de diversas doenças. Isso propiciou a expansão do campo obviamente mais promissor da pesquisa médica, a terapia genética (Castells, 2006:95).

 

Distinguem-se formas de linearidades semiológicas (semiótica, endocodificação), ou seja, “máquinas heterogêneas”, numa perspectiva esquizoanalítica não há um ser padrão, universal, mas que envolve de certa forma a “dupla hélice do DNA”:

- as codificações do mundo “natural”, que operam em várias dimensões espaciais (por exemplo, as da cristalografia) e que não implicam a extração de operadores de codificação autonomizados;

- a linearidade relativa das codificações biológicas, por exemplo a dupla hélice do DNA, que, a partir de quatro radicais químicos de base, se desenvolve igualmente em três dimensões;

- a linearidade das semiologias pré-significantes que se desenvolve em linhas paralelas relativamnte autônomas, mesmo se as cadeias fonológicas da língua falada parecem sempre sobrecodificar todas as outras (Guattari, 1992:62).

A linearidade semiológica significante, despótica que se impõe a todos os outros modos de semiotização – o domínio da informática. Enquanto a sobrelinearidade de substâncias de expressão a-significantes, as linhas informacionais recupera paralelismos com universos referentes e escapam conjuntos espacializados: signos a-significantes, “ponto-signos” de ordem semiótica e a intervenção de uma série de processos materiais: por exemplo, “o número do cartão de crédito que opera o funcionamento do distribuidor de notas” (Guattari, 1992:63). “subjetividade capitalística” e os “ritornelos existenciais”, “ritmos” que são levados a não só a “marcar o tempo” e fazer cristalizar agenciamentos existenciais: “um ritornelo complexo – aquém dos da poesia e da música – marca o cruzamento de modos heterogêneos de subjetivação. (...) os ritornelos – que operam ao mesmo tempo em registros biológicos, sócio-culturais, maquínicos, cósmicos etc...” (Guattari, 1992:28). No caso da televisão, a ritornelização que nos fixa diante da tela, apesar das variedades de componentes de subjetivação circundante:

 

(...) como nó existencial projetivo. Sou o que está diante de mim. Minha identidade se tornou o speaker, o personagem que fala na televisão. Como Bakhtine, diria que o ritornelo não se apoia nos elementos de formas, de matéria, de significação comum, mas no destaque de um “Motivo” (ou de leitmotiv) existencial se instaurando como “atrator” no seio do caos sensível e significacional. Os diferentes componentes mantêm sua heterogeneidade, mas são entretanto captados por um ritornelo, que ganha o território existencial do eu (Guattari, 1992:29).

 

Complementa-se por forças humanas e não-humanos (alteridade máquina/máquina diagrama proto-subjetivo. Percebe-se a ruptura com o significante por reconversão ontológica: nestas mutações de referentes ontológicas (da química molecular à química biológica, por exemplo). As constelações de intensidades expressivas divergem, mesmo numa ilusão de uma mesma rede de significantes habita esses domínios:

 

As diversas modalidades da autopoiese maquínica escapam essencialmente à mediação significante e não se submetem a nenhuma sintaxe geral dos procedimentos de desterritorialização. Nenhum par ser/ente, ser/nada, ser/outro, poderá ocupar o lugar de binary digit ontológico. As proposições maquínicas escapam aos jogos comuns da discursividade, às coordenadas estruturas de energia, de tempo e de espaço. Entretanto, tampouco uma “transversalidade” ontológica (Guattari, 1992:50).

 

A autopoiese considera a filogênese (função evolutiva e coletiva) e ontogênese (relações de alteridade): “a autopoise, que define unicamente entidades autônomas, individualizadas, unitárias e escapando às relações de input e output, carece das características essenciais aos organismos vivos, como o fato de que nascem, morrem e sobrevivem através de phylum genéticos” (Guattari, 1992:51). A reprodutibilidade da máquina no plano ontológico é complexa. O desgaste, a pane, a entropia, a falha, a morte requer renovação de seus componentes: a renovação deste agenciamento maquínico exige uma relação homem/máquina: “a evolução filogenética do maquinismo se traduz (...) pelo fato de que as máquinas se apresentam por “gerações”, recalcando umas as outras, à medida que se tornam obsoletas. A filiação das gerações passadas é prolongada para o futuro por linhas de virtualidade e por suas árvores de implicação” (Guattari, 1992:52). Reprodutibilidade não é repetição programada é na fase de passagem ao estado de diagrama (máquina abstrata desencarnada) que os “suplementos de alma” diferem de simples aglomerados materiais: “suas escansões de ruptura e de indiferenciação, que separam um modelo de qualquer suporte, introduzem sua parte de diferenças tanto ontogenéticas quanto filogenéticas” (Guattari, 1992:54). Virtualidades diagramáticas que não deveria nos fazer sair de uma “idividuação unitária”, sem input e output, afinal uma reprodutibilidade da máquina (técnica) é diferente dos seres vivos, porque não circunscreve sequencias de codificação em um genoma territorializada. Nesta perspectiva, agenciamentos maquínicos não têm padrão unívoco, o capital, a energia, a informação, o significante são categorias ilusórias de uma homogeneidade ontológica de referência biológica, etológica, econômica, etc. Como a máquina fala com a máquina antes do homem? Em seus domínios ontológicos que são singulares e precários?

Focaliza-se tempo, espaço e energia entre a biosfera e a mecanosfera, não somente a biosfera, mas a “psicosfera” de Milton Santos (2004; 2008). O que pode contribuir para que os seres vivos (máquinas químicas e organismo máquina) tornaram-se complexos por causa de uma “intervenção de um sistema cibernético” que deve, segundo Monod (2006), governar e controlar a atividade química em diversos pontos. Investiga-se, portanto, como o organismo se constrói a si mesmo, por ser uma máquina. Admite-se que o capital configura-se, conforme Harvey (2004), molecularmente.

A Hermenêutica é, para Michel Foucault (1999), um “conjunto de conhecimento e de técnicas que permitem fazer falar os signos e descobrir seu sentido” (p.40). A semiologia teria com a hermenêutica o signo como elemento em comum, mas seria o “conjunto de conhecimentos e de técnicas que permitem distinguir onde os signos, definir o que os institui como signos, conhecer seus liames e as leis de seu encadeamento: o século XVI superpôs semiologia e hermenêutica na forma da similitude” (p.40). Como tentar compreender o “signo” em Ferdinand Saussure (2006:81), ressalta-se um “laço” capaz de unir “o significante ao significado é arbitrário ou então, visto que entendemos por signo o total resultante da associação de um significante com um significado". Como identificar o que une e separa o significante em um “signo linguístico”, nesta proposta que busca “conservar o termo signo para designar o total e a substituir conceito e imagem acústica respectivamente por significado e significante”, dois termos que têm “a vantagem de assinalar a oposição que os separa, quer entre si, quer do total de que fazem parte. Quanto a signo, se nos contemos com ele, é porque não sabemos por que substituí-lo, visto não nos sugerir a língua usual nenhum outro" (p.81).

Roland Barthes esclareceu o “jogo do sentido”, em Semiologia parece ser a alternativa de “dois elementos polares ou à oposição entre uma marca e um grau zero”, trata-se do “problema paradigmático” - o binarismo:

 

A importância e a simplicidade da oposição privativa (marcado/não-marcado), alternativa por definição, levaram à indagação de se não deveríamos reunir todas as oposições conhecidas sob o modelo binário (por presença ou ausência de uma marca), ou melhor, se o binarismo não seria um fato universal; e, por outro lado, se, por universal, não se fundamentaria naturalmente. (...) o binarismo constitui fato muito geral; é um princípio reconhecido há séculos o de que a informação pode ser veiculada por um código binário, e a maioria dos códigos artificiais, inventados por sociedades muito diversas, foram binários, desde o "bush telegraph" (...) até o alfabeto Morse e os atuais desenvolvimentos do "digitalismo", ou códigos alternativos de "digits", na Mecanografia e na Cibernética (p.84).

 

Unidade básica do “mundo digital”, que armazenar a informação a partir de dois estados 0 e 1, “in” e “off”, verdadeira e falso (Doria e Marinho, 2006). A Fonologia chamou a atenção para o binarismo da linguagem: “o binarismo é a grande incógnita da Semiologia, cujos tipos de oposições complexas, pode-se evidentemente recorrer ao modelo criado pela Linguística” e que consiste numa oposição de quatro termos: “dois termos polares (isto ou aquilo), um termo misto (isto e aquilo) e um termo neutro (nem isto em aquilo); estados oposições” (p.85). A universalidade do binarismo não está fundamentada:

 

É muito sedutor fundar o binarismo geral dos códigos em dados fisiológicos, na medida em que se possa crer que a percepção neurocerebral funcione, também ela, por tudo ou nada, com a vista e o ouvido, sobretudo, operando por exclusão de alternativa; edificar-se-ia assim, da natureza à sociedade, uma vasta tradução "digital" e não mais "analógica", do mundo; mas nada disso tudo é certo. Na verdade, e para concluir brevemente acerca do binarismo, podemos indagar se não se trata de uma classificação ao mesmo tempo necessária e transitória: também o binarismo seria uma metalinguagem, uma taxinomia particular destinada a ser arrastada pela História, de que terá sido um justo momento (p.86).

 

Talvez uma análise destes binarismos seja necessária através de uma abordagem caótica, a “a transformação do padeiro” que,

 

(...) é uma generalização da aplicação de Bernoulli. Em vez de considerar uma única variável x compreendida num intervalo [0,1], consideramos duas variáveis, x, y, definidas num quadrado unidade. [...] Dizemos que x é a coordenada dilatante, pois a distância entre dois pontos dobra (...) a cada transformação. A coordenada y é, pelo contrário, contratante: a distância entre dois pontos diminui pela metade a cada transformação. Consequentemente, a superfície do quadrado é conservada (Prigogine, 1996:101).

 

Como foram os progressos na “química longe do equilíbrio”:

 

(...) foram observadas estruturas espaciais de não-equilíbrio. Elas haviam sido preditas pelo grande matemático Alain Turing no contexto da morfogênese. Também sabemos que, quando afastamos ainda mais o sistema do equilíbrio, novas bifurcações associadas ao caos podem aparecer (Prigogine, 1996:101).

 

Mais próximo, examina-se o “efeito das flutuações”:

 

Trata-se de um ponto importante, pois, como vimos, perto do equilíbrio as flutuações são irrelevantes, ao passo que longe do equilíbrio elas desempenham um papel central. As flutuações são essenciais nos pontos de bifurcação. Elas nos forçam a abandonar a descriçãodeterminista que se aplica à termodinâmica de equilíbrio. O sistema escolhe, por assim dizer, um dos possíveis regimes de funcionamento longe do equilíbrio. (...) As bifurcações são uma fonte de quebra de simetria. (...) têm geralmente uma simetria menor do que as da ramificação da termodinâmica: a homogeneidade do tempo (como nas oscilações químicas), ou do espaço (como nas estruturas de Turing de não-equilíbrio), ou ainda do tempo e do espaço simultaneamente (como nas ondas químicas), é quebrada (Prigogine, 1996:71-3).

 

Ante de descrever a importância da “teoria dos conjuntos por Cantor” para o significante, observa-se a “formação de estruturas predita por Turing, estudioso da cibernética: “a maior dificuldade experimental foi evitar as correntes de convecção que as destroem (...). A irreversibilidade leva a novos fenômenos de ordem" (Prigogine, 2002:27). Assim, a “teoria dos conjuntos por Cantor” conotado por uma mistura de 1 e de 0, de acordo com Jacques Lacan (2007) em relação com o nome próprio –  o “significante do mestre”. Diz-se que o “nome próprio” pode ser mais que o S1 (o significante do mestre), que se dirige rumo ao S, como “índice pequeno 2":

O saco, tal como configurado na teoria dos conjuntos fundada por Cantor, manifesta-se, ou mesmo demonstra ser - se toda demonstração é sustentada para demonstrar o imaginário que ela implica - merecedor de ser conotado por uma mistura de 1 e de 0, único suporte adequado ao que confina o conjunto vazio que se impõe nessa teoria. Daí nossa incrição S1, cuja leitura especifico como S índice 1. Ela não constitui o um, mas o indica como podendo nada conter, como podendo ser um saco vazio. (...) O imaginário mostra aqui sua homogeneidade com o real, e essa homogeneidade apenas é apreendida porque o número é binário, 1 ou 0. Isso significa que ele suporta o 2 somente porque o 1 não é o 0, por que ele ex-siste ao 0, mas disso consiste para nada. (p.24).

 

Os “códigos, digits", na Mecanografia e na Cibernética, pelo menos no que diz respeito à cibernética microscópica ou “maquinaria celular” (Monod, 2006), principalmente porque valeria a pena para compreender a sua “Ontogênese Molecular”, assinala-se o “teatro da vida” ou o “espelho do mundo” anteriormente, no século XVI, a semelhança (saber construtor) conduziu a exegese e a interpretação: “a Natureza está inserida na espessura que mantém semiologia e hermenêutica, uma acima da outra: “teatro da vida ou espelho do mundo, tal era o título de toda linguagem, sua maneira de anunciar-se e de formular seu direito de falar” (Foucault, 1999:23). Reconhece-se o não-ser da vida ou a “ontologia do aniquilamento dos seres”, aniquilamento das continuidades do ser para desfazê-lo – o ser vivo tornou-se manifestação da vida, a besta e a “animalidade”. Enquanto o “monstro” narra a origem (gênero) das diferenças, o “fóssil” deixa substituir incertezas das identidades. De um lado, o “monstro”, a diferença no contínuo, de outro, o “fóssil”, a semelhança, o quadro. O monstro e o fóssil em sua projeção dessas diferenças e identidades que definem a estrutura e o caráter em uma “arqueologia das ciências humanas”: “o monstro garante no tempo (...). O fóssil, com sua natureza mista de animal e de mineral, é o lugar privilegiado de uma semelhança’ (p.217). A linguagem das identidades e diferenças, semelhança contínua ao “nomear o ser das coisas”.

A riqueza e seus objetos parciais, com a “moeda como convenção”: os preços e o encarecimento das mercadorias, a desvalorização dos metais americanos deve seguir à relação “moeda-signo-real” (metal): “assim os signos que indicam as riquezas e as mediam” traziam sua marca real eles próprios. O signo que foi marca exata da medida e peso ouro, a partir da circulação da moeda não são tem seu preço como sua mercadoria. Percebe-se um “poder significante”, o valor das coisas entre si (a moeda só representa o valor): o “signo” como criação – 1º) riqueza; 2º) signo e 3º) representação. Assim o continuum da representação e do ser (empiricidade), na “ontologia” o ser é dado inteiramente na representação.

Na atualidade, no início do século XXI, a moeda e o capital tornaram-se uma “informação” nos caixas eletrônicos que deveriam equivaler a produção e a “moeda-crédito”, virtual ou fictício. Para Coelho Netto (2007), como o signo que representa a moeda e a natureza estabelece relações com a informação (o dinheiro, a moeda, o capital bancário):

 

Numa balança de pagamentos, reencontramos uma segmentaridade binária, que distingue, por exemplo, operações ditas autônomas e operações ditas compensatórias; mas, precisamente, os movimentos de capitais não se deixam segmentarizar assim, porque são "os mais decompostos, em função de sua natureza, de sua duração, da personalidade do credor e do devedor", de modo que "não se sabe mais onde colocar a linha" em relação a esse fluxo. (...) Quando se fala de um poder bancário, concentrado principalmente nos bancos centrais, trata-se justamente desse poder relativo que consiste em regular "tanto quanto" possível a comunicação, a conversão, a coadaptação das duas partes do circuito. É por isso que os centros de poder se definem por aquilo que lhes escapa, pela sua impotência, muito mais do que por sua zona de potência. Em suma, o molecular, a microeconomia, a micropolítica, não se define no que lhe concerne pela pequenez de seus elementos, mas pela natureza de sua "massa" - o fluxo de quanta, por sua diferença em relação à linha de segmentaridade molar (Deleuze e Guattari, 1996:96).

 

Sociedades definidas por linhas de fuga, moleculares. Sabe-se é que o molar e o molecular não se distinguem pelo tamanho, escala ou dimensão, principalmente pela natureza do sistema de referência considerado:

Suponhamos uma linha monetária com segmentos. Tais segmentos podem ter diferentes pontos de vista - por exemplo, do ponto de vista de um orçamento de empresa: salários reais, lucros brutos, salários de direção, juros de capitais, reservas, investimentos..., etc. Ora essa linha de moeda-pagamento remete a todo um outro aspecto, isto é, a um fluxo moeda-financiamento que não comporta mais segmentos, e sim polos, singularidades e quanta (os polos do fluxo são a criação e a destruição da moeda, as disponibilidades nominais, os quanta são inflação, deflação, estagflação, etc.). Foi possível falar a esse respeito de um "fluxo mutante, convulsivo, criador e circulatório” (Deleuze e Guattari, 1996:95).

 

Antes de verificar como “o capital” pode ser considerado “um ponto de subjetivação” no regime de signos distingue-se: “não nos ocupamos especialmente dos índices (...) um para os outros” (p. 62). A distinção dos índices (contiguidade), ícones (similitudes) e símbolos (regra convencional) de Peirce (2010) através das relações entre significante e significado. Se os índices, ícones e símbolos não se distinguem pelas relações significante-significado, mas relações territorialidade-desterritorialização, de que forma compreender a “técnicas dos indícios” e o “fóssil” a partir a partir do século XVIII. Duas técnicas: “a anatomia comparada” e a “técnica dos indícios” (Foucault, 1999).

1] Anatomia Comparada – faz aparecer a disposição periódica dos órgãos, correlação, decomposição e espacialização como ordenam uns aos outros em um função. A anatomia faz surgir semelhanças invisíveis, enquanto o ordenamento de uns órgãos em relação (continuidade cerrada) aos outros nos principais momentos de uma função (continuidade ampla e frouxa).

2] Técnica do Indício – relações de indicação entre elementos superficiais e outros encobertos. Os indícios consistem em estabelecer relações de indicação entre elementos superfícies, visíveis e outros, encobertos e profundos. A técnica dos indícios estabelece uma rede de necessidade de um ponto a outro no corpo.

O “fóssil” é uma prefiguração de formas atuais que indicavam a grande continuidade no tempo. A “ontologia” significa “doutrina do ser” ou tratamento de questões acerca do “ser”, mas “a palavra (...) hermenêutica (ciência, arte) deriva de (...) interpretar, interpretação, intérprete (...) está relacionado com (...) Hermes, o nome de deus mensageiro dos deuses (Heidegger, 2012:15). O significado moderno de Hermenêutica:

 

No que se refere à investigação seguinte não é usado o título “hermenêutica” como significado moderno, muito menos no sentido tão estrito de uma teoria da interpretação. Seguindo melhor seu significado original, o termo significar: determinada unidade na realização (...) (do comunicar), ou seja, da interpretação da faticidade que conduz ao encontro, visão, maneira e conceito de faticidade. (...) A interpretação é algo cujo ser é o ser da própria vida fática (p.21-2).

 

Fazer falar os signos (a estrutura linguística do signo e a estrutura aleatória do caso), a hermenêutica, nesta perspectiva, é um sintoma, a forma em que se apresenta a doença (visível), desde que a doença se apresenta ao observador segundo sintomas (apresenta, transparece, visível, claro) e signos (anuncia, diagnostica, invisível, oculto).

O signo indica através do invisível, por isso o método clínico coloca o olhar médico no campo dos signos e dos sintomas, assim o signo diz o sintoma não há signo sem sintoma. Deste modo, a clínica utiliza o “ato perceptivo” e o “elemento de linguagem”: cada elemento como elemento registrado numa série aleatória – saber probabilístico. Esta estrutura estatística no campo dos acontecimentos, na experiência clínica, onde a medicina, o calculado dos erros, o desvio, os limites, o valor da média indicam “variáveis” – monstros, o anormal (Foucault, 2003).

Escrita em voz alta – exteriorização corpórea do discurso ou actio reprimida pela “retórica clássica” – para Barthes, arte de guiar o “corpo discurso adentro”. Desse modo “a ascensão do sujeito ao significante” (individuado) e seu “desaparecimento nele”, acompanhado por seu duplo (resíduo). “Ruído” que se faz “vocal e visível”: “ruído é o resto que ficou após a capitonnagem, ou posicionamento, do significante para o sujeito” (Bhabha, 2005:257). Seria preciso rememorar neste “ruído” que está, para Hall (2003), “na diferença genética e escondida na estrutura dos genes” (p.70), reconhecíveis, por exemplo, a “cor da pele” e “feições do rosto”: A África “enquanto condição social e cultural de nossa existência” (p.41). A diáspora e sua concepção e sua concepção binária, “binária de diferença”: “uma diferença que não funciona através de binarismos (...) e significados que são posicionais e relacionais, sempre em deslize ao longo de um espectro sem começo nem fim” (p.33). Fundar o binarismo geral dos códigos em dados fisiológicos faz crer que a percepção neurocerebral funcione. A informação veiculada em códigos binários (artificiais): “e a maioria dos códigos artificiais, inventados por sociedades diversas (...) ou códigos alternativos de “digits” na Mecanografia e na Cibernética” (Barthes, 2006:84). Isso seria suficiente para compreendermos as cibernéticas, termodinâmica (Sonntag, 2003), e das flutuações prigoginianas, que estão na Reforma Psiquiátrica (Stockinger, 2007), de primeira e segunda ordem. 

Antes de demonstrar ou descrever essas cibernéticas, caberia analisar a desordem entre no ciberespaço, ciberjihad (Atwan, 2008) e cibernética Psiquiátrica: “os aspectos das guerras e das tecnologias que são produzidas (...) sendo tratado principalmente o aspecto que envolve as evoluções tecnológicas e suas relações com a máquina de guerra” (Silva e Souza Júnior, 2005:95).

A “guerra psicológica das Forças Armadas” e os “assassinados programados”, com as “experiências da CIA” com LSD (Ácido Lisérgico-dietilamida) através do “controle radio-hipnótico Intracerebral e Dissolução Eletrônica de Memória”, operação do MK-Ultra da CIA desde as décadas de 1950 e 1960 (com o HAARP): “cabeças de ácido” e os “zumbis” (Smith, 2005). “Captador de Almas”, “Telepatia virtual” e a implantação de uma placa seria como uma caixa preta de um aeroplano”, declaração do doutor Winter dos laboratórios da British Telecom.

Trata-se de elaborar uma descrição das estruturas de Turing (Prigogine, 2002:26) e sua cibernética ou sua relação com a “imagem-tempo” (Deleuze, 2007), perspectiva do “capitalismo e esquizofrenia”, em Conversações (Deleuze, 1992). A “sociedade de controle” e o “controle mental” em épocas de crise econômicas, avarias de máquinas e corrupções. Poderia a “Turing Machine” utilizar uma “máquina cifra” com relays eletromagnéticos para multiplicar números binários?

Na reportagem “testes de sangue para doenças mentais”, Psiquiatras estiveram nos últimos “15 anos testando o sangue e o cérebro de pacientes com esquizofrenia e transtorno bipolar”, pesquisam níveis de proteínas específicos para diagnosticar “que sinalizam a probabilidade de uma pessoa desenvolver essas enfermidades”. Em 1997 o “tecido do cérebro” começou a ser explorado e preservado de “homens e mulheres que haviam movido”. Até 2006, diferenças bioquímicas foram descobertas no “fluido brospinal e sangue de pessoas de pessoas vivas com esquizofrenia” (p.19). Deste modo, a “coerência funcional da maquinaria celular” e a “cibernética microscópica” estão ligadas ao estado de proteínas-enzimas.Todo organismo, tal como uma máquina química com sua carência funcional (complexa e autônoma), para compreender “os demônios de Maxwell” de Jacques Monod (2006), exige-se a intervenção de um “sistema cibernético governado”, controlando a atividade química em numerosos pontos:

O organismo é uma máquina que se constrói a si mesma. Sua estrutura macroscópica (...) se constitui de modo autônomo, graças a intenções constitutivas internas. (...) as interações construtivas são microscópicas, moleculares, e que as moléculas em questão são essencialmente, senão unicamente, proteínas. (...) Trata-se, portanto, de proteínas que canalizam a atividade da máquina química, asseguram a coerência de seu pensamento e a constroem. (...) As proteínas são moléculas muito volumosas (...). Essas macromoléculas são constituídas pela polimerização sequencial de compostos de peso molecular por volta de 100, pertencendo à classe dos “ácidos aminados” (...) Segundo sua forma geral, podemos distinguir duas dessas principais proteínas: a) as proteínas ditas “fibrosas” (...) b) as proteínas ditas “globulares” (...). Entre os milhares de reações químicas que contribuem para o desenvolvimento e para as performances de um organismo, cada uma é provocada eletivamente por uma proteína-enzima particular (p.58-60).

 

Existe uma enzima fumarase que catalise a hidratação (adição de água) do ácido fumárico em ácido málico:

 

COOH                                            COOH

ǀ                                                       ǀ

    CH                                                  HCOH

ǁ                    (+ H20)                      ǀ

CH                                                  CH2

ǀ                                                       ǀ

COOH                                           COOH

Ácido Fumárico                         Ácido Málico

 

Reação reversível (pela acidez da água, provavelmente uma hidrólise), a mesma enzima catalisa (acelerar de uma reação química pela presença de uma substância que permanecerá quimicamente intacta) a desidratação (eliminar água) do ácido málico em ácido fumárico.

COOH                       H                                                 H                      COOH

\                  /                                                            \                  /

C                                                                                C

ǁ                                                                                 ǁ

C                                                                                 C

/             \                                                                 /             \

H                         COOH                                                H                   COOH

Ácido Fumárico                                                Ácido Málico (Como isômero geométrico do ácido fumárico)

 

Admite-se a “catálise enzimática” como é um resultado de uma “ação indutora e polarizante” de alguns agrupamentos químicos, presentes no “receptor específico” da proteína: “especificidade à parte (...) o efeito catalítico se explica por esquemas semelhantes àqueles que dão conhecer a ação dos catalisadores não-biológicos (tais como, notadamente, os íons H+ e OH-)” (Monod, 2006:68). Fenômenos que são guiados pelo exercício de funções (cognitivas, por exemplo): “esta função que Maxwell atribuía a seu demônio microscópico” (p.69). O “paradoxo de Maxwell” ou o “demônio de Maxwell” – a “função cognitiva” não parece “nem mensurável nem definível do ponto de vista físico”:

(...) o demônio podia “escolher” deixar passar só um sentido as moléculas rápidas (de energia elevada), e, num outro, apenas as moléculas lentas (de energia mais fraca). O resultado disso seria que (...) um se esquentaria, ao passo que o outro se esfriaria, tudo isso sem consumo aparente de energia. (...) toda aquisição supõe uma interação por si mesma consumidora de energia. (...) as enzimas exercem precisamente, em escala microscópica, uma função criadora de ordem (Monod, 2006:70).

 

Os fenômenos naturais entre a sua “projeção animista” (profunda aliança entre o Homem e a Natureza) e o sistema nervoso central: “o animismo naturais entre Natureza e o Homem uma profunda aliança, fora da qual só uma solidão apavorante para estender-se” (p.45). A “energia comum de acordo com dois vetores: “biosfera e o homem são produtos atuais de uma força ascendência evolutiva ao longo do vetor espiritual de energia” (p.46). Refere-se à “teoria da relatividade” e da “mecânica quântica”. Exemplifica-se que, do ácido fumárico obtém-se uma mistura dos dois isômeros óticos do “ácido aspártico” (possui um carbono assimétrico e é oticamente ativo) que “traz uma informação exatamente correspondente a uma escolha binária”.

 

COOH               H                                                                 COOH                    H

        \          /                                                                                      \            /

            C                                        H                                                    C

                                                 /                                                           ǀ    \ NH2

             ǁ                               : N —  H                                        H    C

                                                    \                                                     /      \

            C                                          H                                           C         COOH

       /         \

H                  COOH

   Ácido Fumárico                                                                        Ácido Aspártico

 

 

A relação entre os elementos químicos que existem na biosfera – atmosfera – parecem semelhantes aos ácidos das proteínas-enzimas, que deveria contribuir para os estudos do ADN (Watson, 2003), “ácido desoxirribonucleico”:

(...) aquecimento do sistema terra-atmosfera, e vice-versa. O fluxo de Radiação de ondas curtas não-refletiva passa através da atmosfera terrestre e boa parte dele é absorvida pela superfície, que se aquece. (...) radiação de ondas longas (ROL). O fluxo de ROL emitida pela superfície é absorvida pelos gases, frequências constituintes, como vapor d’água (H20), o gás carbônico (CO2), o metano (CH4), o ozônio (03), o óxido nitroso (N20) e compostos de clorofluorcarbano (CFC) (Veiga, 2008:56).

 

Os “demônios de Maxwell” e a “cibernética microscópica” de Jacques Monod podem contribuir para a pesquisa das proteínas capazes de diagnosticar com mais precisão a esquizofrenia? Até porque a cibernética pode fazer parte dos estudos que fazem parte da Reforma Psiquiátrica Brasileira (Stockinger, 2007). Define-se cibernética por: “cybernetics was defined by Wiener as “the science of control and communication, in the animal and the machine” (Ashby, 1999:01). Sabe-se da contribuição da primeira cibernética (segunda lei da termodinâmica) e da segunda cibernética (conceito de ordem por meio das flutuações). Como parece ser a “cibernética microscópica” e os “demônios de Maxwell” podem se inserir através do estudo das proteínas e enzimas, ácidos. Nos esquizofrênicos há “mecanismos de crescentes discordâncias”, “não será o silêncio do catatônico, uma interpretação desse ideal?” (Guattari, 2004:105). Para compreender o “demônio de Maxwell” e o “eletromagnetismo”: a blindagem.

Mistura de mistura entre Deus e o Demônio: o mundo esquizofrênico é uma mistura do misticismo e inferno emocional, em que a catatonia entra no processo esquizofrênico, a catatonia é caracterizada “pela total retirada da realidade e por total blindagem muscular” (Reich, 1972:469). Como esta blindagem muscular, na esquizofrenia doença biofísica, a partir de alguma interpretação sobre interferências eletromagnéticas? Há um tipo de proteção contra o acoplamento, “blindagem contra radiofrequência” (RF):

Blindagem é a técnica de reduzir ou conter a interferência irradiada. É a proteção no domínio do espaço, isto é, a variável independente é a espessura do material da blindagem (...). Quando a energia eletromagnética passa de um meio material para outro (uma descontinuidade – blindagem) parte da energia é refletida e outra parte penetra no material (da blindagem). A energia que penetra/atravessa o metal ao encontrar a outra superfície de separação, entre o metal e o ar, irá refletir parte da energia de volta para o interior da blindagem – esta última denominada de multireflexão, a qual irá acontecer todas às vezes que for encontrada uma superfície de separação dos meios (Sanches,2003: 23).

 

O “comportamento” do metal ou a reação do lítio (Marangell, 2004), entre os psicofármacos, destinados ao tratamento da esquizofrenia, poderia se colocar no lugar deste metal como uma blindagem? Na produção do silêncio ou da catatonia?

Explicita-se a segunda cibernética, com o conceito de ordem por meio das “flutuações”, ou seja, o “efeito das flutuações”: perto do equilíbrio as “flutuações” são irrelevantes, mas longe do equilíbrio desempenham papel relevante, “são essenciais nos pontos de bifurcação. Elas nos forçam a abandonar a descrição determinista que se aplica à termodinâmica de equilíbrio. O sistema escolhe (...) um dos possíveis regimes de funcionamento longe do equilíbrio” (Prigogine, 1996:71-2). Referem-se às bifurcações e às flutuações estatísticas em relação a ruptura de simetria:

Uma propriedade notável dessas bifurcações é a sua sensibilidade, ou seja, o fato de pequenas variações nos casos dos sistemas conduzirem à escolha preferencial de um ramo em vez de outro – para isso, basta romper a simetria. (...) os mecanismos dessa ruptura de simetria. (...) flutuações estatísticas (Prigogine, 2002:24).

O paradoxo – existem leis do caos? A descrição determinista e reversível no tempo, em que o futuro e o passado desempenham o mesmo papel. De um lado, o caos e os fatores de instabilidade, de outro, os sistemas instáveis, uma pequena perturbação amplifica-se e trajetórias inicialmente próximas divergem. De fato, na ciência clássica, não há nenhuma distinção entre o passado e o futuro. Solução paradoxal do tempo, portanto a “seta do tempo” pode surgir do “não-tempo”. As leis da natureza e a eliminação do tempo. A física clássica, gravitação e eletromagnetismo, na física moderna acrescenta-se outros tipos de interação. A visão termodinâmica (a entropia) e o paradoxo do tempo (conceito de irreversibilidade). Como se não pudesse deduzir uma seta do tempo a partir da física clássica, baseada na equivalência entre o passado e o futuro, no “paradoxo do tempo” (Boltzmann) há duas caixas ligadas por um tubo – muitas partículas numa dessas caixas e poucas na outra com o passar do tempo, espera-se um progressivo nivelamento do número de partículas, o que consiste a “irreversibilidade”: devia aos limites de nossa paciência, para justificar a reversibilidade das leis fundamentais da física. Para Einstein, o tempo como irreversibilidade é só “ilusão”. Assim, o “eterno retorno” – marcado na seta do tempo, o ritmo das estações ou gerações humanas. Para Poincaré os fenômenos repetíveis podem estabelecer leis gerais. Se o “problema do tempo” voltou a interessar a muitos, a “bifurcações” não se aplica ao conceito de lei clássica da natureza. O “paradoxo do tempo”, deve-se às estruturas de não-equilíbrio (“dissipativas”). A matéria se comporta de maneira diferente em condições de não-equilíbrio (quando os fenômenos irreversíveis desempenham um papel fundamental). Um dos aspectos desse novo comportamento e a formação de estruturas de não-equilíbrio que só existem enquanto o sistema dissipa energia e permanece em interação com o mundo exterior. Os cristais (estruturas de equilíbrio): estruturas mortas, não dissipam energia. Define-se entre o “caos dinâmico” e o “caos molecular”:

Um exemplo muito conhecido na hidronâmica é a instabilidade de Bérnard. Essa experiência consiste na imposição de um grande vertical de temperatura a um estrato entre a superfície inferior e a superfície superior do estrato fique bastante grande: nesse ponto se formam no líquido turbilhões, em que bilhões de partículas correm vertiginosamente umas atrás das outras, criando estruturas características, de forma hexagonal. Assim, o não-equilíbrio cria muitas correlações “de longo prazo”. (...) a matéria em situação de equilíbrio é cega, cada molécula só vê as moléculas mais próximas que a rodeiam. O não-equilíbrio, pelo contrário, leva a matéria a “ver”; eis que surge então uma nova coerência. A variedade das estruturas de não-equilíbrio que progressivamente vão sendo descobertas é motivo de contínuo espanto: elas mostram o papel criador fundamental dos fenômenos irreversíveis, portanto também da seta do tempo (Prigogine, 2002:22).

 

Há ruptura de simetria (seta do tempo), as “correntes de convecção”: o caos dissipativo temporal, o caos espacio-temporal, a irreversibilidade e os novos fenômenos de ordem. A transição entre o movimento laminar e turbulento. Noção de probabilidade que pode exprimir a seta do tempo introduzido por Boltzmann. O líquido como sistema que corresponde a uma enorme população de partículas em interação. Sistema complexo que não se pode descrever em termos de “trajetórias individuais”:

 

A instabilidade e a irreversibilidade tornam-se parte integrante da descrição já em nível fundamental. Tomemos em primeiro lugar um exemplo muito simples: o “Deslocamento de Bernoulli”. Trata-se de uma iteração muito fácil. Escolhe-se um número x qualquer, entre 0 e 1. Multiplica-se por 2 a intervalos regulares, por exemplo a cada segundo, e subtrai-se a parte que ultrapassa a unidade. Obtemos assim xn + 1 = 2xn (...). Esta conhecida como “equação do movimento”. É fácil imaginar tais sucessões de números (por exemplo, 0, 13; 0,26; 0,52; 0,04; 0,08...). Os números sucessivos crescem até superar a unidade, e depois voltam a fazer parte do intervalo 0-1 (...). (Prigogine, 2002:35).

 

Um mínimo de erro consiste: a SCI (sensibilidade às condições iniciais, a uma ampliação exponencial), de fato uma razoável “análise de erros” (Taylor, 1997) dada as margens de erros: “os intervalos dentro dos quais eles acreditam que a densidade provavelmente está” (p.5). Será necessária por causa do “princípio da incerteza” de Heisenberg (Auger, 2011; Heisenberg, 2009; Prigogine, 1996). No “deslocamento de Bernoulli” (protótipo do caos dinâmico) recorre-se a uma abordagem estatística de base probabilística. No “desdobramento de Bernoulli” a distribuição tenderá à uniformidade no intervalo 0 e 1:

 (...) transformação do padeiro, que consiste em aplicar este ponto àquele cuja notação das coordenadas corresponde à desloção de um lugar para a esquerda dos dígitos binários. Se convencionarmos assinalar as cifras do desenvolvimento binário com un e se ordernamos adequadamente estes dígitos a formulação chamada “shift de Bernoulli” faz corresponder o dígito que ocupa o lugar nas coordenadas do ponto de partida, ao dígito do lugar n-1 do ponto de chegada (...). A evolução de uma tal sistema já é impredizível sob o ponto de vista dinâmico. Consideremos o dígito u+2; na próxima iteração, entra um dígito u+3 que se conhecia inicialmente. Portanto, o ponto que este dígito contribuía para medir já não é uma condição inicial adequadamente conhecia: de facto deixa o lugar a dois pontos “possíveis” (Prigogine, 1988:46).

 

A “teoria dos sistemas” (teoria do caos determinístico), leis que governam um sistema na medida em que se conhece o conjunto de etapas que determinam o comportamento de tal sistema. Reducionismo: conhecimento das partes individuais do sistema leva ao conhecimento do sistema como um todo. Os sistemas em Geografia, desde 1960, são considerados os “sistemas dinâmicos” (complexos e simples - lineares). A partir de três características dos sistemas dinâmicos caóticos (Christofoletti, 2010): a) feedback; b) níveis críticos; c) fractais. Em se tratando da “Cibernética” de Ashby percebe-se o “complex system”:

The second peculiar virtue of cybernetics is that it offers a method for the scientific treatment of the system in which complexity is outstanding and too important to be ignored Such systems are, as we well know, only too common in the biological world! In the simpler systems, the methods of cybernetics sometimes show no obvious advantage over those that have long been known. It is chiefly when the systems become complex that the new methods reveal their power” (Ashby, 1999:4-5).

 

Através do advento dos computadores, os sistemas auto-organizadores aceleram os processamentos de cálculos. Neste caso, o “caos” e “determinístico” são antagônicos (estudo de comportamentos instáveis), sistemas caóticos – a meteorologia.

O “efeito borboleta”, dependência sensível das condições iniciais, de Lorenz continha na aleatoriedade a ordem (sistemas determinísticos simples), quando se percebe o princípio do  aumento da ordem ligado à noção de atrator estranho que amenizaria este efeito. Os sistemas seriam atraídos para o limite além do qual eles não passam, em contraposição ao princípio do aumento da desordem: “o primeiro cientista a examinar explicitamente sistemas caóticos foi o metereologista americano Edward Lorenz em 1960” (Christofoletti, 2010).

O organismo e o meio ambiente: ordem estratificada. Os sistemas vivos formam estruturas de múltiplos níveis (diferem em sua complexidade, mas é comum a toda a natureza: princípio básico da auto-organização). Os organismos vivos são compostos de órgãos, compostos por células, compostas por células. A ordem em um nível sistêmico é consequência da auto-organização em um nível maior: “a estrutura em múltiplos níveis dos organismos vivos (...) é uma manifestação visível dos processos subjacentes de auto-organização” (Capra, 1993:275).

O processo erosivo precede as análises sobre a “arqueologia” e os “fósseis ontológicos”. O início do processo erosivo, quando a água de chuva começa a bater no solo: splash é uma ruptura dos agregados, selando o topo dos solos e o ponds é uma infiltração e formação de poços – o solo se torna saturado (Guerra, 2009). As ravinas são encostas espaciais, quando vão ocorrer temporais, elas evoluem em voçorocas (processos erosivos de proporção maior). Enquanto o splash está no estágio mais inicial do processo inicial. Ele varia com a resistência do solo e com a energia cinética das gotas de chuva, dependendo do impacto sobre o solo, vai ocorrer assim maior ou menor facilidade. A energia cinética (ke) da chuva está relacionada à intensidade (energia total das gotas existentes em um evento de precipitação): (ke) é a função da duração, massa, tamanho da gota e velocidade. Quanto maior a energia cinética de uma chuva maior a probabilidade em causar a ruptura dos agregados. O teor de matéria orgânica afeta a ruptura dos agregados, os solos com menos de 2% ou 3,5% de matéria orgânica são instáveis. Não existe índice considerado universal que determine a instabilidade dos solos. Os solos com alto teor de silte são mais erodíveis, à medida que perdem matéria orgânica ao longo do tempo: “a selagem dos solos. Esse processo é responsável pela diminuição das taxas de infiltração e, consequentemente, aumentam as taxas de escoamento superficial, podendo aumentar a perda de solo” (Guerra, 2009:22). O runoff é o baixo destacamento e alto transporte durante o escoamento superficial, antecede o runoff o processo de grande destacamento (detachment) e baixo transporte. O agente principal na formação de crostas é o impacto causado pelas gotas de chuva, que causa a ruptura dos agregados, selando a superfície do solo. O aumento do runoff aumenta a possibilidade de ravinas. A produção do runoff aumenta à resistência da ação do splash.

O ciclo biológico: parte cai sobre o solo, parte evapora e parte da água de chuva interrupta pela cobertura vegetal (gotejamento das folhas e pelo fluxo do tronco – stemflow). A água da chuva que chega ao solo pode ser armazenada em depressões ou se infiltrar. O solo saturado, o processo de infiltração varia ao longo do ano e depende do tipo de uso de solo e da umidade antecedente dos solos. Essa umidade à medida que aumenta dificulta a ação da infiltração resultando na saturação e formação das poças. A formação das poças (ponds) na superfície do solo: estágio que antecede ao escoamento superficial. Taxa de infiltração (índice velocidade com que a água da chuva se infiltra no solo e possui importância na formação das poças e navegação de runoff). A infiltração começa e forma poças, que ocupam as irregularidades existentes na superfície. O escoamento superficial é difuso (distribuído pelo ambiente) e torna-se concentrado. As poças estão formadas, o runoff já está iniciado. As irregularidades no topo do solo retardam o processo de escoamento superficial (armazenando água nessas depressões) uma vez rompidas através do acúmulo de água. Variáveis complexas na compreensão do início da geração de runoff que detonará o processo erosivo. Quando a precipitação excede a capacidade de infiltração do solo inicia-se o escoamento superficial.

A água acumula-se em depressões na superfície do solo até que começa a descer a encosta através de um lençol (sheetflow) que pode evoluir para uma ravina: fluxo passa a ser linear (flowline) depois evolui para microrravinas e depois para microrravinas com cabeceira. O processo erosivo começa a ocorrer a partir de uma distância crítica do topo da encosta. A concentração de sedimentos e a velocidade das partículas aumentam à medida que o fluo vai descendo até a encosta: flowline, fluxo linear, começa haver uma concentração do fluxo de água. À medida que o fluxo se torna concentrando em canais pequenos, a profundidade do fluxo aumenta e a velocidade diminui devido o aumento da rugosidade e há uma queda simultânea da energia do fluxo, causada pelo movimento de partículas que são transportadas por esses pequenos canais que estão se formando e que são os embriões das futuras ravinas.  A formação de ravinas e o processo erosivo estão associados a um rápido aumento na concentração de sedimentos transportados pelo runoff. As ravinas tendem a evoluir através de bifurcações em Knickpoints (pontos de ruptura).

Os microrrills, a maior parte da água que escoa em superfície está concentrada em canais pequenos, definidos. A turbulência do fluxo aumenta bastante. As irregularidades existentes dentro das microrravinas resultantes dos processos de sedimentos tendem a se ampliar. Os Headcuts, onde as cabeceiras coincidem com um segundo pico na produção de sedimentos, resultando da erosão, ocorridos dentro das ravinas. A zona de deposição de sedimentos abaixo das cabeceiras excede a capacidade de transporte do fluxo de água.

Os sedimentos costeiros e o avanço da urbanização sobre áreas que deveriam ser preservadas. A linha de costa se caracteriza por instabilidade decorrente de alterações por efeitos naturais e antrópicas, o que modifica a disponibilidade de sedimentos, no clima de ondas e na altura do nível relativo do mar (Muehe, 2007). Os Principais Tipos de Costas (Shepard – Submarine Geology). Costas primárias: resultam do contato das águas com uma topografia previamente esculpidas por agentes não-marinhos; Costas secundárias: topografia resulta de formas de erosão ou acumulação por processos marinhos. Feições primárias: classificação de vale fluvial afogado corresponde aos estuários de grande importância econômica – fertilidade de suas águas, condições de abrigos para embarcação; Feições secundárias: deposicional (como um tômbolo), depósito arenoso em forma de branco ou crdão, construído em decorrência das ondas em torno das ilhas. O “prisma praial”, emerso e submerso, acumulação de sedimentos da zona submarina até a feição emersa mais elevada de uma praia.

Entre a shoreface (antepraia) e swift shoreface, a porção submersa do prisma praial limitada por um decréscimo de declividade no que pode considerar o limite entre prisma praial e plataforma continental interna. A foreshore (face da praia) prisma praial submerso. A redução da taxa de aporte de sedimentos à construção de barragem no baixo curso de um rio tem-se, consequência, a diminuição dos sedimentos (o material fica retido na barragem). Por resposta: um recuo da linha de praia por efeito de erosão, semelhante ao ocorrido devido à ação de uma tempestade aumentando a altura das ondas e sua energia (Muehe, 2007). As praias são compostas por areia, mas lamas (siltes e argilas) podem cobrir parte da zona submarina defronte à praia, principalmente quando há presença de desembocaduras fluviais. Estudos de transpore de sedimentos litorâneos e de morfodinâmica costeira. O quartzo abundante nas rochas do embasamento e resistência ao intemperismo é o mineral que geralmente representa mais de 90% dos minerais constituintes de um sedimento de praia. Exceção: ilhas oceânicas de origem vulcânicas que não têm quartzo e cujas praias são formadas por minerais pesados e por fragmentos de conchas e algas calcárias. Mecanismo responsável pela concentração de minerais pesados é o espariamento e refluxo da onda na praia. Quando a onda sobe a rampa que forma a face da praia transforma os sedimentos ao mesmo tempo em que parte da água se infiltra e retorna para o mar em subsuperfície com isto, o volume de água que reflui em superfície é menor, principalmente na parte mais elevada da face da praia reduzindo a capacidade de transporte dos sedimentos, depósito residual.

Ondas, ondulações concêntricas: 1] A ondulação que se costuma ver na superfície do mar é devida à ação do vento, por soprar em rajadas exerce variação de pressão que provoca, em resposta, oscilação vertical na superfície na superfície da água, que se torna rugosa; 2] O vento passa a empurrar esta ondulação e cria depressão por turbulência, a sotavento (lado oposto onde sopra o vento) de cada ondulação; 3] O efeito combinado de variação de pressão, tração e turbulência molda a configuração das ondulações; 4] o vento sopra, as ondas vão aumentando de altura, comprimento e velocidade dos ventos; 5] para isso é necessário que o vento sopra tempo suficiente ao longo de uma distância mínima chamada pista, fetch.

Principais Parâmetros de uma onda: altura (H); a diferença entre a cava e a crista; pela amplitude (a); metade da altura; pelo comprimento (L), que é a distância entre duas cristas sucessivas e pelo período (T) – tempo medido entre a passagem de duas cristas sucessivas por um mesmo ponto fixo. A velocidade da propagação é função da relação L/T. Uma onda se modifica a partir do momento em que começa a sentir o efeito do fundo. Quando a profundidade (h) é igual ou menor do que a metade do comprimento da onda (h/L0 ≤ 0,5). Como o período (T) de uma onda não se modifica determina-se o comprimento e a celeridade que uma onda apresenta em alto-mar a partir da medição do intervalo de tempo em que as ondas arrebentam próximas à praia. A capacidade de uma onda realizar trabalho (movimentar sedimentos) depende de sua energia. Como o estado do mar se caracteriza por apresentar ondas de alturas variadas (espectro) torna-se necessário escolher aquela altura que seja representativa sob o ponto de vista do objetivo do estudo. A altura significativa (média de um terço das ondas mais altas) é adequada para a avaliação da capacidade de sedimentos (comprimento, altura) de marcas de ondulação, ripple marks.

O clima de espraiamento – refluxo das ondas, responsável por modificações nas comunidades bentônicas, medidas simples como a distância do espraiamento, medido entre refluo máximo da onda, na base de face da praia e o alcance máximo de espraimaneto – refluxo no intervalo de tempo correspondente ao ciclo espraiamento – refluxo e o gradiente da face da praia para caracterizar o clima de swash. Estabeleceu uma série de células de circulação cada uma caracterizada por uma corrente longitudinal (longshore current) que atravessa a zona de arrebentação em fluxo de arrebentação em fluxo rápido e concentrado, espraiando-se após em forma de leque. Essas células podem ser facilmente percebidas pela elevada turbidez decorrente dos sedimentos colocados em suspensão. Exemplicar a trajetória do sedimento em forma de zigue-zague ou a erosão (o transporte) de sedimentos, transporte longitudinal de sedimentos. Após uma tempestade (ressaca) a praia se apresenta erodida, com reduzido estoque de areia. Variações na altura do nível do mar constituem um dos mais eficientes mecanismos de modificação da linha da costa:

Oscilações da ordem de uma centena de metros, como as devidas aos efeitos das glaciações, provocam migrações da linha de costa da ordem de dezenas a mais de uma centena de quilômetros, correspondentes à largura da plataforma continental. Esta, por sua vez, passou seguidamente de feição submarina para planície costeira, tendo sido alternadamente submetida aos processos de modelagem fluvial e marinha, cujas feições erosivas e deposicionais típicas, frequentemente preservadas, representam peças fundamentais para a reconstituição da evolução paleográfica como também para a localização de depósitos minerais em praias submersas e paleocanais fluviais, e ainda para a compreensão da ocorrência de espécies animais e vegetais em função do tipo de fundo (Muehe, 2007:273-4).

As mediações da gravidade, por meio de experimentos com pêndulos, a partir da relação de C. S.Peirce com a geologia, “os fósseis são encontrados digamos”, segundo Vitte (2010:27), “os de peixes, no interior do país. Para explicar os fenômenos, suponhamos que o mar invadiu toda a Terra”. A Arqueologia no Brasil:

A Arqueologia iniciou-se, no Brasil, com Peter Wilhem Lund, estudioso que montou um laboratório de paleontologia (estudos dos animais antigos) em Lagoa Santa, Minas Gerais, onde, entre 1834 e 1844, localizou 800 cavernas e descobriu fósseis antiquíssmos, animais extintos e restos humanos. As pesquisas arqueológicas só se ampliaram, contudo, com as atividades do Museu Nacional do Rio de Janeiro e com a vinda de estrangeiros para expedições na Amazônia e em outras partes do país, a partir da década de 1870 (Funari, 2010:25-6).

 

A Biosfera é a camada da superfície onde os organismos vivos possam viver (região que abarca toda a matéria viva da Terra), seu limite inferior é a superfície da Terra e os oceanos:

 

A matéria viva apresenta enorme variedade na composição. Assim, os invertebrados marinhos podem conter mais que 99% de água, os vertebrados contêm cerca de 66% e a madeira contém cerca de 50%.Tanto o carvão como o petróleo foram formados por matéria viva; o carvão resultou de fósseis de plantas terrestres e o petróleo originou-se de fósseis de animais. Muitos elementos encontram-se como vestígios nestas substâncias, por processos biogenéticos, como, por exemplo, o elemento químico germânio, na forma de dióxido, que se encontra nas cinzas dos carvões. Mais tarde, provou-se que nas cinzas de carvão aparecem cerca de quarenta elementos químicos vestigiais (a sua concentração é normalmente ínfima), com concentração elevadas (Aragão, 2008:23).

 

A fossilização revela as diversas formas da vida dos tempos geológicos precedentes: processo que transforma as matérias orgânicas, como esqueleto (De Filippo, 2011). As escavações e suas técnicas possuem importância na práxis e na reflexão metodológica. O uso da técnica insere-se no num conjunto de questões metodológicas e das políticas do arqueólogo. A “arqueologia feminista” é diferente da “arqueologia” preocupada em encontrar “os arianos” (alemães de raça pura, como acreditavam os nazistas de Hitler) (Funari, 2010). A “arqueologia de Roma Antiga” e o regime fascista:

(...) aos desenterramentos praticados em Roma durante o fascismo, transformando ideologicamente a capital do país não apenas no centro da civilização italiana como de todo o Ocidente cristão herdeiro do Império Romano, ressurgido por obra do Duce e de seu programa político. O regime fascista italiano surgido no início da década de 1920, diretamente inspirado no mundo romano, a tal ponto que seu nome deriva de fascio (feixe), o símbolo usado pelos magistrados romanos para demonstrar seu poder e autoridade. Mussolini passou a ser chamado de Duce, palavra que foi, também, retirada do latim dux (líder) (Funari, 2010:68).

 

Arqueologia e a analogia com a geologia buscou a diferença de estratos arqueológicos à maneira geológica, baseada em três leis: 1) superposição; 2) horizontalidade originária; 3) continuidade originária:

 

A estratificação marcada pela ação do homem, denominada antrópica, embora apresente uma semelhança aparente com a geológica, difere, radicalmente, daquela por se tratar do resultado de ações humanas variáveis culturalmente. (...) Os arqueólogos preocupados em datar o que encontravam em suas escavações procuravam resolver essa questão fazendo uma analogia com a estratificação geológica já que a geologia também estava às voltas com a datação de um estrato em relação com o outro (...). De fato, desde as últimas décadas do século XIX formulou-se a hipótese de que os objetos encontrados num estrato superposto a outro fossem mais recentes e vice-versa (Funari, 2010:69).

 

A morfologia humana e a semelhança morfológica entre os ameríndios e as populações norte-asiáticas  mongoloides. O estudo de esqueletos de diferentes épocas e regiões da América do Sul comparadas com 18 populações agrupadas por continentes.

O estudo do DNA (de animais e plantas) trouxe relevantes informações para os arqueólogos. O estudo genético dos indígenas americanos tem indicado que todos tem origem asiática e sua migração nas Américas deu-se do Alaska para o sul.

O itinerante é o metalúrgico, o artesão-metalúrgico, que segue a matéria-fluxo. A arquelogia é o controle das minas:

 

“(...) é preciso atravessar desertos, cruzar montanhas, e, no controle das minas, sempre estão implicados povos nômades; toda mina é uma linha de fuga, e que comunica com espaços lisos – hoje, haveria equivalentes nos problemas do petróleo. A arqueologia e a história matêm-se estranhamente discretas sobre essa questão do controle das minas. Acontece de impérios com forte organização metalúrgica não possuírem minas (...)” (Deleuze e Guattari, 1997:95-6).

 

Gêmeo (duplo, híbrido, liga, formação gemelar), mestiço. Metalúrgico (nômade e sedentário), fabricante de armas e ferramentas, o phylum passa por todos os agenciamentos. Os tipos metalúrgicos são o mineiro, o ferreiro, o fundidor.

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