Em
1977 o primeiro gene humano foi clonado. A “bomba genética
e informática” puderam ser consideradas um único “aparato bélico”. Graças ao
controle genético identifica-se o duplo (clone) ou o híbrido (a quimera): a
industrialização dos seres vivos. A clonagem humana (raça humana de sinistra
memória). A “bomba genética” possibilidade da clonagem do homem a partir do
controle informático do mapa de genoma humano. A Eugenia Cibernética deve, por
Paul Virilio (1999), à ciência e não a política das nações – tecnociência que
exige a comercialização e privatização de conjunto do que vive e do patrimônio
genético. Revolução em microbiologia (hélice dupla do DNA, “um autêntico
híbrido de duas personalidades” de Watson e Crick) e base tecnológica da
engenharia genética, método de clonagem genética desenvolvido em 1973. Trata-se
de expor um objetivo:
(...)
impossibilitar qualquer controle privado sobre parcelas de conhecimentos que
possam bloquear o desenvolvimento de produtos baseados em um futuro
entendimento sistemático do genoma humano. E o Projeto Genoma Humano mantido
por verbas públicas, publicou seus resultados para evitar a propriedade privada
dos conhecimentos genéticos. (...) O progresso da engenharia genética cria a
possibilidade de ação com os genes, tornando a espécie humana capaz não apenas
de controlar algumas doenças, mas de identificar predisposições biológicas e
nelas intervir, portanto alterando potencialmente o destino genético. Na década
de 1990, os cientistas já sabiam identificar defeitos precisos em genes humanos
específicos como fontes de diversas doenças. Isso propiciou a expansão do campo
obviamente mais promissor da pesquisa médica, a terapia genética (Castells,
2006:95).
Distinguem-se
formas de linearidades semiológicas (semiótica, endocodificação), ou seja,
“máquinas heterogêneas”, numa perspectiva esquizoanalítica não há um ser
padrão, universal, mas que envolve de certa forma a “dupla hélice do DNA”:
- as
codificações do mundo “natural”, que operam em várias dimensões espaciais (por
exemplo, as da cristalografia) e que não implicam a extração de operadores de
codificação autonomizados;
- a
linearidade relativa das codificações biológicas, por exemplo a dupla hélice do
DNA, que, a partir de quatro radicais químicos de base, se desenvolve
igualmente em três dimensões;
- a linearidade
das semiologias pré-significantes que se desenvolve em linhas paralelas
relativamnte autônomas, mesmo se as cadeias fonológicas da língua falada
parecem sempre sobrecodificar todas as outras (Guattari, 1992:62).
A
linearidade semiológica significante, despótica que se impõe a todos os outros
modos de semiotização – o domínio da informática. Enquanto a sobrelinearidade
de substâncias de expressão a-significantes, as linhas informacionais recupera
paralelismos com universos referentes e escapam conjuntos espacializados:
signos a-significantes, “ponto-signos” de ordem semiótica e a intervenção de
uma série de processos materiais: por exemplo, “o número do cartão de crédito
que opera o funcionamento do distribuidor de notas” (Guattari, 1992:63).
“subjetividade capitalística” e os “ritornelos existenciais”, “ritmos” que são
levados a não só a “marcar o tempo” e fazer cristalizar agenciamentos
existenciais: “um ritornelo complexo – aquém dos da poesia e da música – marca
o cruzamento de modos heterogêneos de subjetivação. (...) os ritornelos – que
operam ao mesmo tempo em registros biológicos, sócio-culturais, maquínicos,
cósmicos etc...” (Guattari, 1992:28). No caso da televisão, a ritornelização
que nos fixa diante da tela, apesar das variedades de componentes de
subjetivação circundante:
(...) como nó
existencial projetivo. Sou o que está diante de mim. Minha identidade se tornou
o speaker, o personagem que fala na televisão. Como Bakhtine, diria que o
ritornelo não se apoia nos elementos de formas, de matéria, de significação
comum, mas no destaque de um “Motivo” (ou de leitmotiv) existencial se
instaurando como “atrator” no seio do caos sensível e significacional. Os
diferentes componentes mantêm sua heterogeneidade, mas são entretanto captados
por um ritornelo, que ganha o território existencial do eu (Guattari, 1992:29).
Complementa-se
por forças humanas e não-humanos (alteridade máquina/máquina diagrama
proto-subjetivo. Percebe-se a ruptura com o significante por reconversão
ontológica: nestas mutações de referentes ontológicas (da química molecular à
química biológica, por exemplo). As constelações de intensidades expressivas
divergem, mesmo numa ilusão de uma mesma rede de significantes habita esses
domínios:
As diversas
modalidades da autopoiese maquínica escapam essencialmente à mediação
significante e não se submetem a nenhuma sintaxe geral dos procedimentos de
desterritorialização. Nenhum par ser/ente, ser/nada, ser/outro, poderá ocupar o
lugar de binary digit ontológico. As proposições maquínicas escapam aos jogos
comuns da discursividade, às coordenadas estruturas de energia, de tempo e de
espaço. Entretanto, tampouco uma “transversalidade” ontológica (Guattari,
1992:50).
A
autopoiese considera a filogênese (função evolutiva e coletiva) e ontogênese (relações
de alteridade): “a autopoise, que define unicamente entidades autônomas,
individualizadas, unitárias e escapando às relações de input e output, carece
das características essenciais aos organismos vivos, como o fato de que nascem,
morrem e sobrevivem através de phylum genéticos”
(Guattari, 1992:51). A reprodutibilidade da máquina no plano ontológico é
complexa. O desgaste, a pane, a entropia, a falha, a morte requer renovação de
seus componentes: a renovação deste agenciamento maquínico exige uma relação
homem/máquina: “a evolução filogenética do maquinismo se traduz (...) pelo fato
de que as máquinas se apresentam por “gerações”, recalcando umas as outras, à
medida que se tornam obsoletas. A filiação das gerações passadas é prolongada
para o futuro por linhas de virtualidade e por suas árvores de implicação” (Guattari,
1992:52). Reprodutibilidade não é repetição programada é na fase de passagem ao
estado de diagrama (máquina abstrata desencarnada) que os “suplementos de alma”
diferem de simples aglomerados materiais: “suas escansões de ruptura e de
indiferenciação, que separam um modelo de qualquer suporte, introduzem sua
parte de diferenças tanto ontogenéticas quanto filogenéticas” (Guattari,
1992:54). Virtualidades diagramáticas que não deveria nos fazer sair de uma “idividuação
unitária”, sem input e output, afinal uma reprodutibilidade da máquina
(técnica) é diferente dos seres vivos, porque não circunscreve sequencias de
codificação em um genoma territorializada. Nesta perspectiva, agenciamentos maquínicos
não têm padrão unívoco, o capital, a energia, a informação, o significante são
categorias ilusórias de uma homogeneidade ontológica de referência biológica,
etológica, econômica, etc. Como a máquina fala com a máquina antes do homem? Em
seus domínios ontológicos que são singulares e precários?
Focaliza-se
tempo, espaço e energia entre a biosfera e a mecanosfera, não somente a
biosfera, mas a “psicosfera” de Milton Santos (2004; 2008). O que pode
contribuir para que os seres vivos (máquinas químicas e organismo máquina) tornaram-se
complexos por causa de uma “intervenção de um sistema cibernético” que deve,
segundo Monod (2006), governar e controlar a atividade química em diversos
pontos. Investiga-se, portanto, como o organismo se constrói a si mesmo, por
ser uma máquina. Admite-se que o capital configura-se, conforme Harvey (2004),
molecularmente.
A
Hermenêutica é, para Michel Foucault (1999), um “conjunto de conhecimento e de
técnicas que permitem fazer falar os signos e descobrir seu sentido” (p.40). A
semiologia teria com a hermenêutica o signo como elemento em comum, mas seria o
“conjunto de conhecimentos e de técnicas que permitem distinguir onde os
signos, definir o que os institui como signos, conhecer seus liames e as leis
de seu encadeamento: o século XVI superpôs semiologia e hermenêutica na forma
da similitude” (p.40). Como tentar compreender o “signo” em Ferdinand Saussure
(2006:81), ressalta-se um “laço” capaz de unir “o significante ao significado é
arbitrário ou então, visto que entendemos por signo o total resultante da
associação de um significante com um significado". Como identificar o que
une e separa o significante em um “signo linguístico”, nesta proposta que busca
“conservar o termo signo para designar o total e a substituir conceito e imagem
acústica respectivamente por significado e significante”, dois termos que têm
“a vantagem de assinalar a oposição que os separa, quer entre si, quer do total
de que fazem parte. Quanto a signo, se nos contemos com ele, é porque não
sabemos por que substituí-lo, visto não nos sugerir a língua usual nenhum
outro" (p.81).
Roland
Barthes esclareceu o “jogo do sentido”, em Semiologia parece ser a alternativa
de “dois elementos polares ou à oposição entre uma marca e um grau zero”,
trata-se do “problema paradigmático” - o binarismo:
A importância e a simplicidade da
oposição privativa (marcado/não-marcado), alternativa por definição, levaram à
indagação de se não deveríamos reunir todas as oposições conhecidas sob o
modelo binário (por presença ou ausência de uma marca), ou melhor, se o
binarismo não seria um fato universal; e, por outro lado, se, por universal,
não se fundamentaria naturalmente. (...) o binarismo constitui fato muito geral;
é um princípio reconhecido há séculos o de que a informação pode ser veiculada
por um código binário, e a maioria dos códigos artificiais, inventados por
sociedades muito diversas, foram binários, desde o "bush telegraph"
(...) até o alfabeto Morse e os atuais desenvolvimentos do
"digitalismo", ou códigos alternativos de "digits", na
Mecanografia e na Cibernética (p.84).
Unidade
básica do “mundo digital”, que armazenar a informação a partir de dois estados
0 e 1, “in” e “off”, verdadeira e falso (Doria e Marinho, 2006). A Fonologia
chamou a atenção para o binarismo da linguagem: “o binarismo é a grande
incógnita da Semiologia, cujos tipos de oposições complexas, pode-se
evidentemente recorrer ao modelo criado pela Linguística” e que consiste numa
oposição de quatro termos: “dois termos polares (isto ou aquilo), um termo
misto (isto e aquilo) e um termo neutro (nem isto em aquilo); estados
oposições” (p.85). A universalidade do binarismo não está fundamentada:
É muito sedutor fundar o binarismo
geral dos códigos em dados fisiológicos, na medida em que se possa crer que a
percepção neurocerebral funcione, também ela, por tudo ou nada, com a vista e o
ouvido, sobretudo, operando por exclusão de alternativa; edificar-se-ia assim,
da natureza à sociedade, uma vasta tradução "digital" e não mais
"analógica", do mundo; mas nada disso tudo é certo. Na verdade, e
para concluir brevemente acerca do binarismo, podemos indagar se não se trata
de uma classificação ao mesmo tempo necessária e transitória: também o binarismo
seria uma metalinguagem, uma taxinomia particular destinada a ser arrastada
pela História, de que terá sido um justo momento (p.86).
Talvez uma
análise destes binarismos seja necessária através de uma abordagem caótica, a
“a transformação do padeiro” que,
(...) é uma generalização da aplicação
de Bernoulli. Em vez de considerar uma única variável x compreendida num
intervalo [0,1], consideramos duas variáveis, x, y, definidas num quadrado
unidade. [...] Dizemos que x é a coordenada dilatante, pois a distância entre
dois pontos dobra (...) a cada transformação. A coordenada y é, pelo contrário,
contratante: a distância entre dois pontos diminui pela metade a cada
transformação. Consequentemente, a superfície do quadrado é conservada
(Prigogine, 1996:101).
Como foram os progressos na “química
longe do equilíbrio”:
(...) foram observadas estruturas
espaciais de não-equilíbrio. Elas haviam sido preditas pelo grande matemático
Alain Turing no contexto da morfogênese. Também sabemos que, quando afastamos
ainda mais o sistema do equilíbrio, novas bifurcações associadas ao caos podem
aparecer (Prigogine, 1996:101).
Mais próximo, examina-se o “efeito das
flutuações”:
Trata-se de um ponto importante, pois,
como vimos, perto do equilíbrio as flutuações são irrelevantes, ao passo que
longe do equilíbrio elas desempenham um papel central. As flutuações são
essenciais nos pontos de bifurcação. Elas nos forçam a abandonar a
descriçãodeterminista que se aplica à termodinâmica de equilíbrio. O sistema
escolhe, por assim dizer, um dos possíveis regimes de funcionamento longe do
equilíbrio. (...) As bifurcações são uma fonte de quebra de simetria. (...) têm
geralmente uma simetria menor do que as da ramificação da termodinâmica: a
homogeneidade do tempo (como nas oscilações químicas), ou do espaço (como nas
estruturas de Turing de não-equilíbrio), ou ainda do tempo e do espaço
simultaneamente (como nas ondas químicas), é quebrada (Prigogine, 1996:71-3).
Ante de
descrever a importância da “teoria dos conjuntos por Cantor” para o
significante, observa-se a “formação de estruturas predita por Turing,
estudioso da cibernética: “a maior dificuldade experimental foi evitar as
correntes de convecção que as destroem (...). A irreversibilidade leva a novos
fenômenos de ordem" (Prigogine, 2002:27). Assim, a “teoria dos conjuntos
por Cantor” conotado por uma mistura de 1 e de 0, de acordo com Jacques Lacan
(2007) em relação com o nome próprio – o
“significante do mestre”. Diz-se que o “nome próprio” pode ser mais que o S1
(o significante do mestre), que se dirige rumo ao S, como “índice pequeno
2":
O saco, tal como configurado na teoria
dos conjuntos fundada por Cantor, manifesta-se, ou mesmo demonstra ser - se
toda demonstração é sustentada para demonstrar o imaginário que ela implica -
merecedor de ser conotado por uma mistura de 1 e de 0, único suporte adequado
ao que confina o conjunto vazio que se impõe nessa teoria. Daí nossa incrição S1,
cuja leitura especifico como S índice 1. Ela não constitui o um, mas o indica
como podendo nada conter, como podendo ser um saco vazio. (...) O imaginário
mostra aqui sua homogeneidade com o real, e essa homogeneidade apenas é
apreendida porque o número é binário, 1 ou 0. Isso significa que ele suporta o
2 somente porque o 1 não é o 0, por que ele ex-siste ao 0, mas disso consiste
para nada. (p.24).
Os
“códigos, digits", na Mecanografia e na Cibernética, pelo menos no que diz
respeito à cibernética microscópica ou “maquinaria celular” (Monod, 2006),
principalmente porque valeria a pena para compreender a sua “Ontogênese
Molecular”, assinala-se o “teatro da vida” ou o “espelho do mundo”
anteriormente, no século XVI, a semelhança (saber construtor) conduziu a
exegese e a interpretação: “a Natureza está inserida na espessura que mantém semiologia
e hermenêutica, uma acima da outra: “teatro da vida ou espelho do mundo, tal
era o título de toda linguagem, sua maneira de anunciar-se e de formular seu
direito de falar” (Foucault, 1999:23). Reconhece-se o não-ser da vida ou a
“ontologia do aniquilamento dos seres”, aniquilamento das continuidades do ser
para desfazê-lo – o ser vivo tornou-se manifestação da vida, a besta e a
“animalidade”. Enquanto o “monstro” narra a origem (gênero) das diferenças, o
“fóssil” deixa substituir incertezas das identidades. De um lado, o “monstro”,
a diferença no contínuo, de outro, o “fóssil”, a semelhança, o quadro. O
monstro e o fóssil em sua projeção dessas diferenças e identidades que definem
a estrutura e o caráter em uma “arqueologia das ciências humanas”: “o monstro
garante no tempo (...). O fóssil, com sua natureza mista de animal e de
mineral, é o lugar privilegiado de uma semelhança’ (p.217). A linguagem das
identidades e diferenças, semelhança contínua ao “nomear o ser das coisas”.
A riqueza
e seus objetos parciais, com a “moeda como convenção”: os preços e o
encarecimento das mercadorias, a desvalorização dos metais americanos deve
seguir à relação “moeda-signo-real” (metal): “assim os signos que indicam as
riquezas e as mediam” traziam sua marca real eles próprios. O signo que foi
marca exata da medida e peso ouro, a partir da circulação da moeda não são tem
seu preço como sua mercadoria. Percebe-se um “poder significante”, o valor das
coisas entre si (a moeda só representa o valor): o “signo” como criação – 1º)
riqueza; 2º) signo e 3º) representação. Assim o continuum da representação e do
ser (empiricidade), na “ontologia” o ser é dado inteiramente na representação.
Na
atualidade, no início do século XXI, a moeda e o capital tornaram-se uma
“informação” nos caixas eletrônicos que deveriam equivaler a produção e a
“moeda-crédito”, virtual ou fictício. Para Coelho Netto (2007), como o signo
que representa a moeda e a natureza estabelece relações com a informação (o
dinheiro, a moeda, o capital bancário):
Numa balança de pagamentos,
reencontramos uma segmentaridade binária, que distingue, por exemplo, operações
ditas autônomas e operações ditas compensatórias; mas, precisamente, os
movimentos de capitais não se deixam segmentarizar assim, porque são "os
mais decompostos, em função de sua natureza, de sua duração, da personalidade
do credor e do devedor", de modo que "não se sabe mais onde colocar a
linha" em relação a esse fluxo. (...) Quando se fala de um poder bancário,
concentrado principalmente nos bancos centrais, trata-se justamente desse poder
relativo que consiste em regular "tanto quanto" possível a
comunicação, a conversão, a coadaptação das duas partes do circuito. É por isso
que os centros de poder se definem por aquilo que lhes escapa, pela sua impotência,
muito mais do que por sua zona de potência. Em suma, o molecular, a
microeconomia, a micropolítica, não se define no que lhe concerne pela pequenez
de seus elementos, mas pela natureza de sua "massa" - o fluxo de
quanta, por sua diferença em relação à linha de segmentaridade molar (Deleuze e
Guattari, 1996:96).
Sociedades
definidas por linhas de fuga, moleculares. Sabe-se é que o molar e o molecular
não se distinguem pelo tamanho, escala ou dimensão, principalmente pela
natureza do sistema de referência considerado:
Suponhamos uma linha monetária com
segmentos. Tais segmentos podem ter diferentes pontos de vista - por exemplo,
do ponto de vista de um orçamento de empresa: salários reais, lucros brutos,
salários de direção, juros de capitais, reservas, investimentos..., etc. Ora
essa linha de moeda-pagamento remete a todo um outro aspecto, isto é, a um
fluxo moeda-financiamento que não comporta mais segmentos, e sim polos,
singularidades e quanta (os polos do fluxo são a criação e a destruição da moeda,
as disponibilidades nominais, os quanta são inflação, deflação, estagflação,
etc.). Foi possível falar a esse respeito de um "fluxo mutante,
convulsivo, criador e circulatório” (Deleuze e Guattari, 1996:95).
Antes de
verificar como “o capital” pode ser considerado “um ponto de subjetivação” no
regime de signos distingue-se: “não nos ocupamos especialmente dos índices
(...) um para os outros” (p. 62). A distinção dos índices (contiguidade),
ícones (similitudes) e símbolos (regra convencional) de Peirce (2010) através
das relações entre significante e significado. Se os índices, ícones e símbolos
não se distinguem pelas relações significante-significado, mas relações
territorialidade-desterritorialização, de que forma compreender a “técnicas dos
indícios” e o “fóssil” a partir a partir do século XVIII. Duas técnicas: “a
anatomia comparada” e a “técnica dos indícios” (Foucault, 1999).
1]
Anatomia Comparada – faz aparecer a disposição periódica dos órgãos,
correlação, decomposição e espacialização como ordenam uns aos outros em um
função. A anatomia faz surgir semelhanças invisíveis, enquanto o ordenamento de
uns órgãos em relação (continuidade cerrada) aos outros nos principais momentos
de uma função (continuidade ampla e frouxa).
2] Técnica
do Indício – relações de indicação entre elementos superficiais e outros
encobertos. Os indícios consistem em estabelecer relações de indicação entre
elementos superfícies, visíveis e outros, encobertos e profundos. A técnica dos
indícios estabelece uma rede de necessidade de um ponto a outro no corpo.
O “fóssil”
é uma prefiguração de formas atuais que indicavam a grande continuidade no
tempo. A “ontologia” significa “doutrina do ser” ou tratamento de questões
acerca do “ser”, mas “a palavra (...) hermenêutica (ciência, arte) deriva de
(...) interpretar, interpretação, intérprete (...) está relacionado com (...)
Hermes, o nome de deus mensageiro dos deuses (Heidegger, 2012:15). O
significado moderno de Hermenêutica:
No que se refere à investigação
seguinte não é usado o título “hermenêutica” como significado moderno, muito
menos no sentido tão estrito de uma teoria da interpretação. Seguindo melhor
seu significado original, o termo significar: determinada unidade na realização
(...) (do comunicar), ou seja, da interpretação da faticidade que conduz ao
encontro, visão, maneira e conceito de faticidade. (...) A interpretação é algo
cujo ser é o ser da própria vida fática (p.21-2).
Fazer
falar os signos (a estrutura linguística do signo e a estrutura aleatória do
caso), a hermenêutica, nesta perspectiva, é um sintoma, a forma em que se
apresenta a doença (visível), desde que a doença se apresenta ao observador
segundo sintomas (apresenta, transparece, visível, claro) e signos (anuncia,
diagnostica, invisível, oculto).
O signo
indica através do invisível, por isso o método clínico coloca o olhar médico no
campo dos signos e dos sintomas, assim o signo diz o sintoma não há signo sem
sintoma. Deste modo, a clínica utiliza o “ato perceptivo” e o “elemento de
linguagem”: cada elemento como elemento registrado numa série aleatória – saber
probabilístico. Esta estrutura estatística no campo dos acontecimentos, na
experiência clínica, onde a medicina, o calculado dos erros, o desvio, os
limites, o valor da média indicam “variáveis” – monstros, o anormal (Foucault,
2003).
Escrita em
voz alta – exteriorização corpórea do discurso ou actio reprimida pela “retórica clássica” – para Barthes, arte de
guiar o “corpo discurso adentro”. Desse modo “a ascensão do sujeito ao
significante” (individuado) e seu “desaparecimento nele”, acompanhado por seu duplo
(resíduo). “Ruído” que se faz “vocal e visível”: “ruído é o resto que ficou
após a capitonnagem, ou posicionamento, do significante para o sujeito”
(Bhabha, 2005:257). Seria preciso rememorar neste “ruído” que está, para Hall
(2003), “na diferença genética e escondida na estrutura dos genes” (p.70),
reconhecíveis, por exemplo, a “cor da pele” e “feições do rosto”: A África
“enquanto condição social e cultural de nossa existência” (p.41). A diáspora e
sua concepção e sua concepção binária, “binária de diferença”: “uma diferença
que não funciona através de binarismos (...) e significados que são posicionais
e relacionais, sempre em deslize ao longo de um espectro sem começo nem fim”
(p.33). Fundar o binarismo geral dos códigos em dados fisiológicos faz crer que
a percepção neurocerebral funcione. A informação veiculada em códigos binários
(artificiais): “e a maioria dos códigos artificiais, inventados por sociedades
diversas (...) ou códigos alternativos de “digits” na Mecanografia e na
Cibernética” (Barthes, 2006:84). Isso seria suficiente para compreendermos as
cibernéticas, termodinâmica (Sonntag, 2003), e das flutuações prigoginianas,
que estão na Reforma Psiquiátrica (Stockinger, 2007), de primeira e segunda
ordem.
Antes de
demonstrar ou descrever essas cibernéticas, caberia analisar a desordem entre
no ciberespaço, ciberjihad (Atwan, 2008) e cibernética Psiquiátrica: “os
aspectos das guerras e das tecnologias que são produzidas (...) sendo tratado
principalmente o aspecto que envolve as evoluções tecnológicas e suas relações
com a máquina de guerra” (Silva e Souza Júnior, 2005:95).
A “guerra
psicológica das Forças Armadas” e os “assassinados programados”, com as
“experiências da CIA” com LSD (Ácido Lisérgico-dietilamida) através do
“controle radio-hipnótico Intracerebral e Dissolução Eletrônica de Memória”,
operação do MK-Ultra da CIA desde as décadas de 1950 e 1960 (com o HAARP):
“cabeças de ácido” e os “zumbis” (Smith, 2005). “Captador de Almas”, “Telepatia
virtual” e a implantação de uma placa seria como uma caixa preta de um
aeroplano”, declaração do doutor Winter dos laboratórios da British Telecom.
Trata-se
de elaborar uma descrição das estruturas de Turing (Prigogine, 2002:26) e sua
cibernética ou sua relação com a “imagem-tempo” (Deleuze, 2007), perspectiva do
“capitalismo e esquizofrenia”, em Conversações (Deleuze, 1992). A “sociedade de
controle” e o “controle mental” em épocas de crise econômicas, avarias de
máquinas e corrupções. Poderia a “Turing Machine” utilizar uma “máquina cifra”
com relays eletromagnéticos para multiplicar números binários?
Na
reportagem “testes de sangue para doenças mentais”, Psiquiatras estiveram nos
últimos “15 anos testando o sangue e o cérebro de pacientes com esquizofrenia e
transtorno bipolar”, pesquisam níveis de proteínas específicos para
diagnosticar “que sinalizam a probabilidade de uma pessoa desenvolver essas enfermidades”.
Em 1997 o “tecido do cérebro” começou a ser explorado e preservado de “homens e
mulheres que haviam movido”. Até 2006, diferenças bioquímicas foram descobertas
no “fluido brospinal e sangue de pessoas de pessoas vivas com esquizofrenia” (p.19).
Deste modo, a “coerência funcional da maquinaria celular” e a “cibernética
microscópica” estão ligadas ao estado de proteínas-enzimas.Todo organismo, tal
como uma máquina química com sua carência funcional (complexa e autônoma), para
compreender “os demônios de Maxwell” de Jacques Monod (2006), exige-se a
intervenção de um “sistema cibernético governado”, controlando a atividade
química em numerosos pontos:
O organismo é uma máquina que se
constrói a si mesma. Sua estrutura macroscópica (...) se constitui de modo
autônomo, graças a intenções constitutivas internas. (...) as interações
construtivas são microscópicas, moleculares, e que as moléculas em questão são
essencialmente, senão unicamente, proteínas. (...) Trata-se, portanto, de proteínas
que canalizam a atividade da máquina química, asseguram a coerência de seu
pensamento e a constroem. (...) As proteínas são moléculas muito volumosas
(...). Essas macromoléculas são constituídas pela polimerização sequencial de
compostos de peso molecular por volta de 100, pertencendo à classe dos “ácidos
aminados” (...) Segundo sua forma geral, podemos distinguir duas dessas
principais proteínas: a) as proteínas ditas “fibrosas” (...) b) as proteínas
ditas “globulares” (...). Entre os milhares de reações químicas que contribuem
para o desenvolvimento e para as performances de um organismo, cada uma é
provocada eletivamente por uma proteína-enzima particular (p.58-60).
Existe uma
enzima fumarase que catalise a hidratação (adição de água) do ácido fumárico em
ácido málico:
COOH
COOH
ǀ
ǀ
CH HCOH
ǁ (+ H20) ǀ
CH
CH2
ǀ
ǀ
COOH COOH
Ácido
Fumárico Ácido Málico
Reação
reversível (pela acidez da água, provavelmente uma hidrólise), a mesma enzima
catalisa (acelerar de uma reação química pela presença de uma substância que
permanecerá quimicamente intacta) a desidratação (eliminar água) do ácido
málico em ácido fumárico.
COOH H
H COOH
\ /
\ /
C
C
ǁ
ǁ
C C
/
\
/ \
H COOH
H COOH
Ácido
Fumárico Ácido Málico (Como isômero geométrico
do ácido fumárico)
Admite-se a
“catálise enzimática” como é um resultado de uma “ação indutora e polarizante”
de alguns agrupamentos químicos, presentes no “receptor específico” da
proteína: “especificidade à parte (...) o efeito catalítico se explica por
esquemas semelhantes àqueles que dão conhecer a ação dos catalisadores
não-biológicos (tais como, notadamente, os íons H+ e OH-)”
(Monod, 2006:68). Fenômenos que são guiados pelo exercício de funções
(cognitivas, por exemplo): “esta função que Maxwell atribuía a seu demônio
microscópico” (p.69). O “paradoxo de Maxwell” ou o “demônio de Maxwell” – a
“função cognitiva” não parece “nem mensurável nem definível do ponto de vista
físico”:
(...) o demônio podia “escolher”
deixar passar só um sentido as moléculas rápidas (de energia elevada), e, num
outro, apenas as moléculas lentas (de energia mais fraca). O resultado disso
seria que (...) um se esquentaria, ao passo que o outro se esfriaria, tudo isso
sem consumo aparente de energia. (...) toda aquisição supõe uma interação por
si mesma consumidora de energia. (...) as enzimas exercem precisamente, em
escala microscópica, uma função criadora de ordem (Monod, 2006:70).
Os
fenômenos naturais entre a sua “projeção animista” (profunda aliança entre o
Homem e a Natureza) e o sistema nervoso central: “o animismo naturais entre
Natureza e o Homem uma profunda aliança, fora da qual só uma solidão apavorante
para estender-se” (p.45). A “energia comum de acordo com dois vetores:
“biosfera e o homem são produtos atuais de uma força ascendência evolutiva ao
longo do vetor espiritual de energia” (p.46). Refere-se à “teoria da
relatividade” e da “mecânica quântica”. Exemplifica-se que, do ácido fumárico
obtém-se uma mistura dos dois isômeros óticos do “ácido aspártico” (possui um
carbono assimétrico e é oticamente ativo) que “traz uma informação exatamente
correspondente a uma escolha binária”.
COOH H
COOH H
\ /
\
/
C H
C
/
ǀ \ NH2
ǁ
: N
— H H
— C
\
/ \
C
H
C COOH
/
\
H COOH
Ácido Fumárico
Ácido Aspártico
A relação
entre os elementos químicos que existem na biosfera – atmosfera – parecem
semelhantes aos ácidos das proteínas-enzimas, que deveria contribuir para os
estudos do ADN (Watson, 2003), “ácido desoxirribonucleico”:
(...) aquecimento do sistema
terra-atmosfera, e vice-versa. O fluxo de Radiação de ondas curtas
não-refletiva passa através da atmosfera terrestre e boa parte dele é absorvida
pela superfície, que se aquece. (...) radiação de ondas longas (ROL). O fluxo
de ROL emitida pela superfície é absorvida pelos gases, frequências
constituintes, como vapor d’água (H20), o gás carbônico (CO2),
o metano (CH4), o ozônio (03), o óxido nitroso (N20)
e compostos de clorofluorcarbano (CFC) (Veiga, 2008:56).
Os
“demônios de Maxwell” e a “cibernética microscópica” de Jacques Monod podem
contribuir para a pesquisa das proteínas capazes de diagnosticar com mais
precisão a esquizofrenia? Até porque a cibernética pode fazer parte dos estudos
que fazem parte da Reforma Psiquiátrica Brasileira (Stockinger, 2007). Define-se cibernética por: “cybernetics was defined by
Wiener as “the science of control and communication, in the animal and the
machine” (Ashby, 1999:01). Sabe-se da contribuição da primeira
cibernética (segunda lei da termodinâmica) e da segunda cibernética (conceito
de ordem por meio das flutuações). Como parece ser a “cibernética microscópica”
e os “demônios de Maxwell” podem se inserir através do estudo das proteínas e
enzimas, ácidos. Nos esquizofrênicos há “mecanismos de crescentes
discordâncias”, “não será o silêncio do catatônico, uma interpretação desse
ideal?” (Guattari, 2004:105). Para compreender o “demônio de Maxwell” e o
“eletromagnetismo”: a blindagem.
Mistura de
mistura entre Deus e o Demônio: o mundo esquizofrênico é uma mistura do
misticismo e inferno emocional, em que a catatonia entra no processo
esquizofrênico, a catatonia é caracterizada “pela total retirada da realidade e
por total blindagem muscular” (Reich, 1972:469). Como esta blindagem muscular,
na esquizofrenia doença biofísica, a partir de alguma interpretação sobre
interferências eletromagnéticas? Há um tipo de proteção contra o acoplamento,
“blindagem contra radiofrequência” (RF):
Blindagem é a técnica de reduzir ou
conter a interferência irradiada. É a proteção no domínio do espaço, isto é, a
variável independente é a espessura do material da blindagem (...). Quando a
energia eletromagnética passa de um meio material para outro (uma
descontinuidade – blindagem) parte da energia é refletida e outra parte penetra
no material (da blindagem). A energia que penetra/atravessa o metal ao
encontrar a outra superfície de separação, entre o metal e o ar, irá refletir
parte da energia de volta para o interior da blindagem – esta última denominada
de multireflexão, a qual irá acontecer todas às vezes que for encontrada uma
superfície de separação dos meios (Sanches,2003: 23).
O
“comportamento” do metal ou a reação do lítio (Marangell, 2004), entre os
psicofármacos, destinados ao tratamento da esquizofrenia, poderia se colocar no
lugar deste metal como uma blindagem? Na produção do silêncio ou da catatonia?
Explicita-se
a segunda cibernética, com o conceito de ordem por meio das “flutuações”, ou
seja, o “efeito das flutuações”: perto do equilíbrio as “flutuações” são
irrelevantes, mas longe do equilíbrio desempenham papel relevante, “são
essenciais nos pontos de bifurcação. Elas nos forçam a abandonar a descrição
determinista que se aplica à termodinâmica de equilíbrio. O sistema escolhe
(...) um dos possíveis regimes de funcionamento longe do equilíbrio”
(Prigogine, 1996:71-2). Referem-se às bifurcações e às flutuações estatísticas
em relação a ruptura de simetria:
Uma propriedade notável dessas
bifurcações é a sua sensibilidade, ou seja, o fato de pequenas variações nos
casos dos sistemas conduzirem à escolha preferencial de um ramo em vez de outro
– para isso, basta romper a simetria. (...) os mecanismos dessa ruptura de
simetria. (...) flutuações estatísticas (Prigogine, 2002:24).
O paradoxo
– existem leis do caos? A descrição determinista e reversível no tempo, em que
o futuro e o passado desempenham o mesmo papel. De um lado, o caos e os fatores
de instabilidade, de outro, os sistemas instáveis, uma pequena perturbação
amplifica-se e trajetórias inicialmente próximas divergem. De fato, na ciência
clássica, não há nenhuma distinção entre o passado e o futuro. Solução
paradoxal do tempo, portanto a “seta do tempo” pode surgir do “não-tempo”. As
leis da natureza e a eliminação do tempo. A física clássica, gravitação e
eletromagnetismo, na física moderna acrescenta-se outros tipos de interação. A
visão termodinâmica (a entropia) e o paradoxo do tempo (conceito de
irreversibilidade). Como se não pudesse deduzir uma seta do tempo a partir da
física clássica, baseada na equivalência entre o passado e o futuro, no
“paradoxo do tempo” (Boltzmann) há duas caixas ligadas por um tubo – muitas
partículas numa dessas caixas e poucas na outra com o passar do tempo,
espera-se um progressivo nivelamento do número de partículas, o que consiste a
“irreversibilidade”: devia aos limites de nossa paciência, para justificar a
reversibilidade das leis fundamentais da física. Para Einstein, o tempo como
irreversibilidade é só “ilusão”. Assim, o “eterno retorno” – marcado na seta do
tempo, o ritmo das estações ou gerações humanas. Para Poincaré os fenômenos
repetíveis podem estabelecer leis gerais. Se o “problema do tempo” voltou a
interessar a muitos, a “bifurcações” não se aplica ao conceito de lei clássica
da natureza. O “paradoxo do tempo”, deve-se às estruturas de não-equilíbrio
(“dissipativas”). A matéria se comporta de maneira diferente em condições de
não-equilíbrio (quando os fenômenos irreversíveis desempenham um papel
fundamental). Um dos aspectos desse novo comportamento e a formação de
estruturas de não-equilíbrio que só existem enquanto o sistema dissipa energia
e permanece em interação com o mundo exterior. Os cristais (estruturas de
equilíbrio): estruturas mortas, não dissipam energia. Define-se entre o “caos
dinâmico” e o “caos molecular”:
Um exemplo muito conhecido na
hidronâmica é a instabilidade de Bérnard. Essa experiência consiste na
imposição de um grande vertical de temperatura a um estrato entre a superfície
inferior e a superfície superior do estrato fique bastante grande: nesse ponto
se formam no líquido turbilhões, em que bilhões de partículas correm
vertiginosamente umas atrás das outras, criando estruturas características, de
forma hexagonal. Assim, o não-equilíbrio cria muitas correlações “de longo
prazo”. (...) a matéria em situação de equilíbrio é cega, cada molécula só vê
as moléculas mais próximas que a rodeiam. O não-equilíbrio, pelo contrário,
leva a matéria a “ver”; eis que surge então uma nova coerência. A variedade das
estruturas de não-equilíbrio que progressivamente vão sendo descobertas é
motivo de contínuo espanto: elas mostram o papel criador fundamental dos
fenômenos irreversíveis, portanto também da seta do tempo (Prigogine, 2002:22).
Há ruptura
de simetria (seta do tempo), as “correntes de convecção”: o caos dissipativo
temporal, o caos espacio-temporal, a irreversibilidade e os novos fenômenos de
ordem. A transição entre o movimento laminar e turbulento. Noção de
probabilidade que pode exprimir a seta do tempo introduzido por Boltzmann. O
líquido como sistema que corresponde a uma enorme população de partículas em
interação. Sistema complexo que não se pode descrever em termos de “trajetórias
individuais”:
A instabilidade e a irreversibilidade
tornam-se parte integrante da descrição já em nível fundamental. Tomemos em
primeiro lugar um exemplo muito simples: o “Deslocamento de Bernoulli”.
Trata-se de uma iteração muito fácil. Escolhe-se um número x qualquer, entre 0
e 1. Multiplica-se por 2 a intervalos regulares, por exemplo a cada segundo, e
subtrai-se a parte que ultrapassa a unidade. Obtemos assim xn + 1 =
2xn (...). Esta conhecida como “equação do movimento”. É fácil
imaginar tais sucessões de números (por exemplo, 0, 13; 0,26; 0,52; 0,04;
0,08...). Os números sucessivos crescem até superar a unidade, e depois voltam
a fazer parte do intervalo 0-1 (...). (Prigogine, 2002:35).
Um mínimo
de erro consiste: a SCI (sensibilidade às condições iniciais, a uma ampliação
exponencial), de fato uma razoável “análise de erros” (Taylor, 1997) dada as
margens de erros: “os intervalos dentro dos quais eles acreditam que a
densidade provavelmente está” (p.5). Será necessária por causa do “princípio da
incerteza” de Heisenberg (Auger, 2011; Heisenberg, 2009; Prigogine, 1996). No
“deslocamento de Bernoulli” (protótipo do caos dinâmico) recorre-se a uma
abordagem estatística de base probabilística. No “desdobramento de Bernoulli” a
distribuição tenderá à uniformidade no intervalo 0 e 1:
(...) transformação do padeiro, que consiste
em aplicar este ponto àquele cuja notação das coordenadas corresponde à
desloção de um lugar para a esquerda dos dígitos binários. Se convencionarmos
assinalar as cifras do desenvolvimento binário com un e se ordernamos
adequadamente estes dígitos a formulação chamada “shift de Bernoulli” faz
corresponder o dígito que ocupa o lugar nas coordenadas do ponto de partida, ao
dígito do lugar n-1 do ponto de chegada (...). A evolução de uma tal sistema já
é impredizível sob o ponto de vista dinâmico. Consideremos o dígito u+2; na
próxima iteração, entra um dígito u+3 que se conhecia inicialmente. Portanto, o
ponto que este dígito contribuía para medir já não é uma condição inicial
adequadamente conhecia: de facto deixa o lugar a dois pontos “possíveis”
(Prigogine, 1988:46).
A “teoria
dos sistemas” (teoria do caos determinístico), leis que governam um sistema na
medida em que se conhece o conjunto de etapas que determinam o comportamento de
tal sistema. Reducionismo: conhecimento das partes individuais do sistema leva
ao conhecimento do sistema como um todo. Os sistemas em Geografia, desde 1960,
são considerados os “sistemas dinâmicos” (complexos e simples - lineares). A
partir de três características dos sistemas dinâmicos caóticos (Christofoletti,
2010): a) feedback; b) níveis
críticos; c) fractais. Em se tratando da “Cibernética” de Ashby percebe-se o “complex
system”:
The second peculiar virtue of cybernetics is that it offers a method for
the scientific treatment of the system in which complexity is outstanding and
too important to be ignored Such systems are, as we well know, only too common
in the biological world! In the simpler systems, the methods of cybernetics
sometimes show no obvious advantage over those that have long been known. It is
chiefly when the systems become complex that the new methods reveal their power”
(Ashby, 1999:4-5).
Através do
advento dos computadores, os sistemas auto-organizadores aceleram os
processamentos de cálculos. Neste caso, o “caos” e “determinístico” são
antagônicos (estudo de comportamentos instáveis), sistemas caóticos – a
meteorologia.
O “efeito
borboleta”, dependência sensível das condições iniciais, de Lorenz continha na
aleatoriedade a ordem (sistemas determinísticos simples), quando se percebe o
princípio do aumento da ordem ligado à
noção de atrator estranho que amenizaria este efeito. Os sistemas seriam
atraídos para o limite além do qual eles não passam, em contraposição ao
princípio do aumento da desordem: “o primeiro cientista a examinar
explicitamente sistemas caóticos foi o metereologista americano Edward Lorenz
em 1960” (Christofoletti, 2010).
O
organismo e o meio ambiente: ordem estratificada. Os sistemas vivos formam
estruturas de múltiplos níveis (diferem em sua complexidade, mas é comum a toda
a natureza: princípio básico da auto-organização). Os organismos vivos são
compostos de órgãos, compostos por células, compostas por células. A ordem em
um nível sistêmico é consequência da auto-organização em um nível maior: “a
estrutura em múltiplos níveis dos organismos vivos (...) é uma manifestação
visível dos processos subjacentes de auto-organização” (Capra, 1993:275).
O processo
erosivo precede as análises sobre a “arqueologia” e os “fósseis ontológicos”. O
início do processo erosivo, quando a água de chuva começa a bater no solo: splash é uma ruptura dos agregados,
selando o topo dos solos e o ponds é
uma infiltração e formação de poços – o solo se torna saturado (Guerra, 2009).
As ravinas são encostas espaciais, quando vão ocorrer temporais, elas evoluem
em voçorocas (processos erosivos de proporção maior). Enquanto o splash está no estágio mais inicial do
processo inicial. Ele varia com a resistência do solo e com a energia cinética
das gotas de chuva, dependendo do impacto sobre o solo, vai ocorrer assim maior
ou menor facilidade. A energia cinética (ke) da chuva está relacionada à
intensidade (energia total das gotas existentes em um evento de precipitação):
(ke) é a função da duração, massa, tamanho da gota e velocidade. Quanto maior a
energia cinética de uma chuva maior a probabilidade em causar a ruptura dos
agregados. O teor de matéria orgânica afeta a ruptura dos agregados, os solos
com menos de 2% ou 3,5% de matéria orgânica são instáveis. Não existe índice considerado
universal que determine a instabilidade dos solos. Os solos com alto teor de
silte são mais erodíveis, à medida que perdem matéria orgânica ao longo do
tempo: “a selagem dos solos. Esse processo é responsável pela diminuição das
taxas de infiltração e, consequentemente, aumentam as taxas de escoamento
superficial, podendo aumentar a perda de solo” (Guerra, 2009:22). O runoff é o baixo destacamento e alto
transporte durante o escoamento superficial, antecede o runoff o processo de grande destacamento (detachment) e baixo transporte. O agente principal na formação de
crostas é o impacto causado pelas gotas de chuva, que causa a ruptura dos
agregados, selando a superfície do solo. O aumento do runoff aumenta a possibilidade de ravinas. A produção do runoff aumenta à resistência da ação do splash.
O ciclo
biológico: parte cai sobre o solo, parte evapora e parte da água de chuva
interrupta pela cobertura vegetal (gotejamento das folhas e pelo fluxo do
tronco – stemflow). A água da chuva
que chega ao solo pode ser armazenada em depressões ou se infiltrar. O solo
saturado, o processo de infiltração varia ao longo do ano e depende do tipo de
uso de solo e da umidade antecedente dos solos. Essa umidade à medida que
aumenta dificulta a ação da infiltração resultando na saturação e formação das
poças. A formação das poças (ponds) na superfície do solo: estágio que antecede
ao escoamento superficial. Taxa de infiltração (índice velocidade com que a
água da chuva se infiltra no solo e possui importância na formação das poças e
navegação de runoff). A infiltração
começa e forma poças, que ocupam as irregularidades existentes na superfície. O
escoamento superficial é difuso (distribuído pelo ambiente) e torna-se
concentrado. As poças estão formadas, o runoff
já está iniciado. As irregularidades no topo do solo retardam o processo de
escoamento superficial (armazenando água nessas depressões) uma vez rompidas
através do acúmulo de água. Variáveis complexas na compreensão do início da geração
de runoff que detonará o processo
erosivo. Quando a precipitação excede a capacidade de infiltração do solo
inicia-se o escoamento superficial.
A água
acumula-se em depressões na superfície do solo até que começa a descer a
encosta através de um lençol (sheetflow)
que pode evoluir para uma ravina: fluxo passa a ser linear (flowline) depois evolui para
microrravinas e depois para microrravinas com cabeceira. O processo erosivo
começa a ocorrer a partir de uma distância crítica do topo da encosta. A concentração
de sedimentos e a velocidade das partículas aumentam à medida que o fluo vai
descendo até a encosta: flowline,
fluxo linear, começa haver uma concentração do fluxo de água. À medida que o
fluxo se torna concentrando em canais pequenos, a profundidade do fluxo aumenta
e a velocidade diminui devido o aumento da rugosidade e há uma queda simultânea
da energia do fluxo, causada pelo movimento de partículas que são transportadas
por esses pequenos canais que estão se formando e que são os embriões das futuras
ravinas. A formação de ravinas e o
processo erosivo estão associados a um rápido aumento na concentração de
sedimentos transportados pelo runoff.
As ravinas tendem a evoluir através de bifurcações em Knickpoints (pontos de ruptura).
Os microrrills, a maior parte da água que
escoa em superfície está concentrada em canais pequenos, definidos. A
turbulência do fluxo aumenta bastante. As irregularidades existentes dentro das
microrravinas resultantes dos processos de sedimentos tendem a se ampliar. Os Headcuts, onde as cabeceiras coincidem
com um segundo pico na produção de sedimentos, resultando da erosão, ocorridos
dentro das ravinas. A zona de deposição de sedimentos abaixo das cabeceiras
excede a capacidade de transporte do fluxo de água.
Os sedimentos
costeiros e o avanço da urbanização sobre áreas que deveriam ser preservadas. A
linha de costa se caracteriza por instabilidade decorrente de alterações por
efeitos naturais e antrópicas, o que modifica a disponibilidade de sedimentos,
no clima de ondas e na altura do nível relativo do mar (Muehe, 2007). Os
Principais Tipos de Costas (Shepard – Submarine Geology). Costas primárias:
resultam do contato das águas com uma topografia previamente esculpidas por
agentes não-marinhos; Costas secundárias: topografia resulta de formas de
erosão ou acumulação por processos marinhos. Feições primárias: classificação
de vale fluvial afogado corresponde aos estuários de grande importância
econômica – fertilidade de suas águas, condições de abrigos para embarcação;
Feições secundárias: deposicional (como um tômbolo), depósito arenoso em forma
de branco ou crdão, construído em decorrência das ondas em torno das ilhas. O
“prisma praial”, emerso e submerso, acumulação de sedimentos da zona submarina
até a feição emersa mais elevada de uma praia.
Entre a shoreface (antepraia) e swift shoreface, a porção submersa do
prisma praial limitada por um decréscimo de declividade no que pode considerar
o limite entre prisma praial e plataforma continental interna. A foreshore (face da praia) prisma praial
submerso. A redução da taxa de aporte de sedimentos à construção de barragem no
baixo curso de um rio tem-se, consequência, a diminuição dos sedimentos (o
material fica retido na barragem). Por resposta: um recuo da linha de praia por
efeito de erosão, semelhante ao ocorrido devido à ação de uma tempestade
aumentando a altura das ondas e sua energia (Muehe, 2007). As praias são
compostas por areia, mas lamas (siltes e argilas) podem cobrir parte da zona
submarina defronte à praia, principalmente quando há presença de desembocaduras
fluviais. Estudos de transpore de sedimentos litorâneos e de morfodinâmica
costeira. O quartzo abundante nas rochas do embasamento e resistência ao
intemperismo é o mineral que geralmente representa mais de 90% dos minerais
constituintes de um sedimento de praia. Exceção: ilhas oceânicas de origem
vulcânicas que não têm quartzo e cujas praias são formadas por minerais pesados
e por fragmentos de conchas e algas calcárias. Mecanismo responsável pela concentração
de minerais pesados é o espariamento e refluxo da onda na praia. Quando a onda
sobe a rampa que forma a face da praia transforma os sedimentos ao mesmo tempo em
que parte da água se infiltra e retorna para o mar em subsuperfície com isto, o
volume de água que reflui em superfície é menor, principalmente na parte mais
elevada da face da praia reduzindo a capacidade de transporte dos sedimentos,
depósito residual.
Ondas,
ondulações concêntricas: 1] A ondulação que se costuma ver na superfície do mar
é devida à ação do vento, por soprar em rajadas exerce variação de pressão que
provoca, em resposta, oscilação vertical na superfície na superfície da água,
que se torna rugosa; 2] O vento passa a empurrar esta ondulação e cria
depressão por turbulência, a sotavento (lado oposto onde sopra o vento) de cada
ondulação; 3] O efeito combinado de variação de pressão, tração e turbulência
molda a configuração das ondulações; 4] o vento sopra, as ondas vão aumentando
de altura, comprimento e velocidade dos ventos; 5] para isso é necessário que o
vento sopra tempo suficiente ao longo de uma distância mínima chamada pista, fetch.
Principais
Parâmetros de uma onda: altura (H); a diferença entre a cava e a crista; pela
amplitude (a); metade da altura; pelo comprimento (L), que é a distância entre
duas cristas sucessivas e pelo período (T) – tempo medido entre a passagem de
duas cristas sucessivas por um mesmo ponto fixo. A velocidade da propagação é
função da relação L/T. Uma onda se modifica a partir do momento em que começa a
sentir o efeito do fundo. Quando a profundidade (h) é igual ou menor do que a
metade do comprimento da onda (h/L0 ≤ 0,5). Como o período (T) de
uma onda não se modifica determina-se o comprimento e a celeridade que uma onda
apresenta em alto-mar a partir da medição do intervalo de tempo em que as ondas
arrebentam próximas à praia. A capacidade de uma onda realizar trabalho
(movimentar sedimentos) depende de sua energia. Como o estado do mar se
caracteriza por apresentar ondas de alturas variadas (espectro) torna-se
necessário escolher aquela altura que seja representativa sob o ponto de vista
do objetivo do estudo. A altura significativa (média de um terço das ondas mais
altas) é adequada para a avaliação da capacidade de sedimentos (comprimento,
altura) de marcas de ondulação, ripple
marks.
O clima de
espraiamento – refluxo das ondas, responsável por modificações nas comunidades
bentônicas, medidas simples como a distância do espraiamento, medido entre
refluo máximo da onda, na base de face da praia e o alcance máximo de
espraimaneto – refluxo no intervalo de tempo correspondente ao ciclo
espraiamento – refluxo e o gradiente da face da praia para caracterizar o clima
de swash. Estabeleceu uma série de
células de circulação cada uma caracterizada por uma corrente longitudinal
(longshore current) que atravessa a zona de arrebentação em fluxo de
arrebentação em fluxo rápido e concentrado, espraiando-se após em forma de
leque. Essas células podem ser facilmente percebidas pela elevada turbidez
decorrente dos sedimentos colocados em suspensão. Exemplicar a trajetória do
sedimento em forma de zigue-zague ou a erosão (o transporte) de sedimentos,
transporte longitudinal de sedimentos. Após uma tempestade (ressaca) a praia se
apresenta erodida, com reduzido estoque de areia. Variações na altura do nível
do mar constituem um dos mais eficientes mecanismos de modificação da linha da
costa:
Oscilações da ordem de uma centena de
metros, como as devidas aos efeitos das glaciações, provocam migrações da linha
de costa da ordem de dezenas a mais de uma centena de quilômetros,
correspondentes à largura da plataforma continental. Esta, por sua vez, passou
seguidamente de feição submarina para planície costeira, tendo sido
alternadamente submetida aos processos de modelagem fluvial e marinha, cujas
feições erosivas e deposicionais típicas, frequentemente preservadas,
representam peças fundamentais para a reconstituição da evolução paleográfica
como também para a localização de depósitos minerais em praias submersas e
paleocanais fluviais, e ainda para a compreensão da ocorrência de espécies
animais e vegetais em função do tipo de fundo (Muehe, 2007:273-4).
As
mediações da gravidade, por meio de experimentos com pêndulos, a partir da
relação de C. S.Peirce com a geologia, “os fósseis são encontrados digamos”,
segundo Vitte (2010:27), “os de peixes, no interior do país. Para explicar os
fenômenos, suponhamos que o mar invadiu toda a Terra”. A Arqueologia no Brasil:
A Arqueologia iniciou-se, no Brasil,
com Peter Wilhem Lund, estudioso que montou um laboratório de paleontologia
(estudos dos animais antigos) em Lagoa Santa, Minas Gerais, onde, entre 1834 e
1844, localizou 800 cavernas e descobriu fósseis antiquíssmos, animais extintos
e restos humanos. As pesquisas arqueológicas só se ampliaram, contudo, com as
atividades do Museu Nacional do Rio de Janeiro e com a vinda de estrangeiros
para expedições na Amazônia e em outras partes do país, a partir da década de
1870 (Funari, 2010:25-6).
A Biosfera
é a camada da superfície onde os organismos vivos possam viver (região que
abarca toda a matéria viva da Terra), seu limite inferior é a superfície da
Terra e os oceanos:
A matéria viva apresenta enorme variedade na composição. Assim, os
invertebrados marinhos podem conter mais que 99% de água, os vertebrados contêm
cerca de 66% e a madeira contém cerca de 50%.Tanto o carvão como o petróleo
foram formados por matéria viva; o carvão resultou de fósseis de plantas
terrestres e o petróleo originou-se de fósseis de animais. Muitos elementos
encontram-se como vestígios nestas substâncias, por processos biogenéticos,
como, por exemplo, o elemento químico germânio, na forma de dióxido, que se
encontra nas cinzas dos carvões. Mais tarde, provou-se que nas cinzas de carvão
aparecem cerca de quarenta elementos químicos vestigiais (a sua concentração é
normalmente ínfima), com concentração elevadas (Aragão, 2008:23).
A fossilização
revela as diversas formas da vida dos tempos geológicos precedentes: processo
que transforma as matérias orgânicas, como esqueleto (De Filippo, 2011). As
escavações e suas técnicas possuem importância na práxis e na reflexão
metodológica. O uso da técnica insere-se no num conjunto de questões
metodológicas e das políticas do arqueólogo. A “arqueologia feminista” é
diferente da “arqueologia” preocupada em encontrar “os arianos” (alemães de
raça pura, como acreditavam os nazistas de Hitler) (Funari, 2010). A
“arqueologia de Roma Antiga” e o regime fascista:
(...) aos desenterramentos praticados
em Roma durante o fascismo, transformando ideologicamente a capital do país não
apenas no centro da civilização italiana como de todo o Ocidente cristão
herdeiro do Império Romano, ressurgido por obra do Duce e de seu programa
político. O regime fascista italiano surgido no início da década de 1920,
diretamente inspirado no mundo romano, a tal ponto que seu nome deriva de
fascio (feixe), o símbolo usado pelos magistrados romanos para demonstrar seu
poder e autoridade. Mussolini passou a ser chamado de Duce, palavra que foi,
também, retirada do latim dux (líder) (Funari, 2010:68).
Arqueologia
e a analogia com a geologia buscou a diferença de estratos arqueológicos à
maneira geológica, baseada em três leis: 1) superposição; 2) horizontalidade
originária; 3) continuidade originária:
A estratificação marcada pela ação do
homem, denominada antrópica, embora apresente uma semelhança aparente com a
geológica, difere, radicalmente, daquela por se tratar do resultado de ações
humanas variáveis culturalmente. (...) Os arqueólogos preocupados em datar o
que encontravam em suas escavações procuravam resolver essa questão fazendo uma
analogia com a estratificação geológica já que a geologia também estava às
voltas com a datação de um estrato em relação com o outro (...). De fato, desde
as últimas décadas do século XIX formulou-se a hipótese de que os objetos
encontrados num estrato superposto a outro fossem mais recentes e vice-versa
(Funari, 2010:69).
A
morfologia humana e a semelhança morfológica entre os ameríndios e as
populações norte-asiáticas mongoloides.
O estudo de esqueletos de diferentes épocas e regiões da América do Sul
comparadas com 18 populações agrupadas por continentes.
O estudo
do DNA (de animais e plantas) trouxe relevantes informações para os
arqueólogos. O estudo genético dos indígenas americanos tem indicado que todos
tem origem asiática e sua migração nas Américas deu-se do Alaska para o sul.
O itinerante é o metalúrgico, o artesão-metalúrgico, que segue a
matéria-fluxo. A arquelogia é o controle das minas:
“(...)
é preciso atravessar desertos, cruzar montanhas, e, no controle das minas,
sempre estão implicados povos nômades; toda mina é uma linha de fuga, e que
comunica com espaços lisos – hoje, haveria equivalentes nos problemas do
petróleo. A arqueologia e a história matêm-se estranhamente discretas sobre
essa questão do controle das minas. Acontece de impérios com forte organização
metalúrgica não possuírem minas (...)” (Deleuze e Guattari, 1997:95-6).
Gêmeo (duplo, híbrido, liga, formação gemelar), mestiço. Metalúrgico
(nômade e sedentário), fabricante de armas e ferramentas, o phylum passa por todos os agenciamentos.
Os tipos metalúrgicos são o mineiro, o ferreiro, o fundidor.
Referências
Bibliográficas:
ARAGÃO, Maria José. História da Terra. Rio de Janeiro:
Interciência, 2008.
ASHBY, W. Ross. An Introduction to
Cybernetics. London: Chapman & Hall Ltd, 1999.
ATWAN, Ab’del Bari. A História secreta da Al-Qaeda. São
Paulo: Larousse do Brasil, 2008.
AUGER, Pierre (et alli). Problemas
da Física Moderna. São Paulo: Perspectiva, 2011.
BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. São Paulo:
Cultrix, 2006.
CAPRA, Fritjof. O Ponto de
Mutação. São Paulo: Cultrix, 1993.
CASTELLS, Manuel. A
Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
COELHO NETTO, J. Teixeira.
Semiótica, Informação e Comunicação. Diagrama da Teoria do Signo. São
Paulo: perspectiva, 2007.
CRISTOFOLETTI, Anderson Luís Hebling. Sistemas Dinâmicos:
Abordagens da Teoria do Caos e da Geometria Fractal em Geografia. GUERRA,
Antonio José Teixeira e VITTE, Antonio Carlos (orgs.) Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2010.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil
Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol.3. São Paulo: 34, 1996.
______ Mil
Paltôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol.5. São Paulo: 34, 1997.
DELEUZE, Gilles. A
Imagem-Tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
______ Conversações. São
Paulo: 34, 1992.
De
FILIPPO, Raphäel. A Arqueologia Passo a
Passo. São Paulo: Cia das Letras, 2011.
DORIA,
Mauro M. e MARINHO, Franciole da. Ondas e
Bits. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2006.
GUATTARI, Félix. Caosmose:
um Novo Paradigma Estético. São Paulo: 34, 1992.
______ Psicanálise e
Transversalidade. Ensaios de Análise Institucional. São Paulo: Ideias &
Letras, 2004.
GUERRA, Antônio José Teixeira. O Início do Processo Erosivo.
BOTELHO, Rosangela Garrido Machado (orgs.). In: Erosão e Conservação dos Solos: Conceitos, Temas e Aplicações. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
FUNARI,
Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo:
Contexto, 2010.
FOUCAULT,
Michel. As Palavras e as Coisas: uma
arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
______ O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2003.
LACAN, Jacques. O Seminário 23. O Sinthoma. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar editor, 2007.
HARVEY, David. O Novo
Imperialismo. São Paulo: Loyola, 2004.
HEIDEGGER, Martin. Ontologia
(Hermenêutica da faticidade). Petrópolis: Vozes, 2012.
HEISENBERG, Werner. A
Ordenação da Realidade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
MARANGELL, Lauren B.
(et alli). Psicofarmacologia. Porto
Alegre: Artmed, 2004
MONOD, Jacques. O Acaso e a
Necessidade. Petrópolis: Vozes, 2006.
MUEHE, Dieter. Geomorfologia Costeira. GUERRA, Antonio José
Teixeira e CUNHA, Sandra Baptista (orgs.) Geomorfologia:
uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2007.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica.
São Paulo: Perspectiva, 2010.
PRIGOGINE, Ilya. O Fim das
Certezas: tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: Unesp, 1996.
_______ As Leis do Caos.
São Paulo: Unesp, 2002.
_______ O Nascimento do
Tempo. Lisboa: Theoria, 1988.
REICH, Wilhelm. Análise do
Caráter. São Paulo: Martins Fontes, 1972.
ROCHA, Ruth. Minidicionário.
São Paulo: Scipione, 2001.
SANCHES, Durval. Interferência
Eletromagnética. Rio de Janeiro: Interciências, 2003.
SANTOS, Milton. A Natureza
do Espaço. São Paulo: Edusp, 2004.
______ Técnica, Espaço,
Tempo: Globalização e Meio Técnico-científico-informacional. São Paulo:
Edusp, 2008.
SAUSSURE,
Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2006.
SILVA, Fábio Lopes e SOUZA JÚNIOR, José de. Avanços Tecnológicos,
o Cyberspace e a Instituição Militar. A
Geografia, Modernização do Mundo. V Encontro Estadual de Geografia de Minas
Gerais. Belo Horizonte: AGB, 26 a 29 de julho de 2005.
SMITH, Jerry E. Armas
Eletromagnéticas. São Paulo: Aleph, 2005.
STOCKINGER, Rui Carlos. Reforma Psiquiátrica Brasileira: perspectivas humanistas e existenciais.
Petrópolis: Vozes, 2007.
SONNTAG,
Richard E. Fundamentos da Termodinâmica.
São Paulo: Blucher, 2003.
TAYLOR, John R. Introdução à
Análise de Erros: o estudo de incertezas em medições físicas. Porto Alegre:
Bookman, 2012.
TESTES DE SANGUE PARA DOENÇAS MENTAIS. Scientific American Brasil. Edição Especial. Máquina Humana. Nº 49.
São Paulo Duetto, Edição Especial nº49.
VEIGA, José Eli da (org.). Aquecimento
Global: Frias Contendas Científicas. São Paulo, 2008.
VIRILIO, Paul. A Bomba Informática.
São Paulo: Estação Liberdade, 1999.
VITTE, Antonio Carlos. Os Fundamentos Metodológicos da
Geomorfológia e a sua Influência no Desenvolvimento da Terra. In: GUERRA,
Antonio José Teixeira e VITTE, Antonio Carlos. Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2010.
WATSON, James D. A Dupla
Hélice. Lisboa: Gradiva, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário